12 Tradições de casamentos que te deixarão de cabelo em pé

O mundo é grande e variado. Todos os países, povos, religiões, crenças e filosofias que lhe dão vida carregam uma riqueza cultural extraordinária, responsável por uma infinidade de tradições. Embora algumas delas possam parecer normais, outras vão além dos limites da lógica.

No que diz respeito aos casamentos, uma área particularmente sensível do ponto de vista religioso, os costumes de algumas comunidades do planeta são exemplos reais dessa variedade. Porém, a tolerância deve prevalecer e é conveniente presumir que suas celebrações e rituais são perfeitamente normais para essas culturas e, às vezes, muito mais sagradas do que podemos imaginar. Vamos mostrar algumas delas, enquanto nos deleitamos com a extraordinária diversidade do mundo, um verdadeiro presente.

Rituais de casamentos são diferentes em diversas partes do mundo
Créditos: Sergio Gisbert
Rituais de casamentos são diferentes em diversas partes do mundo

 1. La Soupe 

Felizmente para muitos noivos franceses, há tradições que passam por revisão, atingem sua versão moderna e deixam seus rastros (e odores) apenas nos livros de história.

No passado, ao final da festa, enquanto os noivos acreditavam estar “enfim sós”, seus amigos ainda estavam no salão despejando todos os restos dos copos, pratos (guardanapos incluídos), conteúdo das lixeiras dos banheiros e outras coisas encontradas pelo chão dentro de um penico. Era a famosa La Soupe. Antes que o casal pudesse dar conta de todos os botões, ilhoses e colchetes, seu quarto era invadido e eles eram obrigados a beber tudo o que tinha ali!

Hoje em dia, o conteúdo não passa de chocolate, champagne, ou os dois batidos juntos, mas ainda servidos num urinol. A dica é provar sempre com uma bacia por perto…

2. Contêiner Humano

Na Escócia, além da particularidade de vermos homens usando saias nos casamentos (na realidade o traje típico chamado Kilt), as noivas – e às vezes os noivos também – devem fazer uma peregrinação malcheirosa pelas ruas antes de finalmente dizer o decisivo “eu aceito”. A ideia é emporcalhar a noiva com lixo até que seu corpo e suas roupas estejam repletos de “gostosuras” como leite coalhado, peixe, ovo podre, comida estragada, alcatrão, lama, penas… Superar este desafio simboliza a perseverança na busca da felicidade no casamento. As moscas agradecem!

Na Escócia a noive fica toda suja antes de passar pela cerimônia
Créditos: Fabijan Vuksic Photography
Na Escócia a noive fica toda suja antes de passar pela cerimônia

3. Mama África

No início da cerimônia de casamento realizada pela nação Maasai (Quênia e Tanzânia), o pai da noiva a abençoa cuspindo em sua cabeça e seios. Em seguida, ela caminha sozinha em direção à sua nova casa sem olhar para trás, pois acredita que se fizer isso vai se transformar em pedra. Durante o percurso, a moça é insultada pelas mulheres da família do noivo, mas calma! Não se trata de ciúme crônico do filhinho adorado da mamãe (ou do fofo das avós, titias, maninhas e primas). É apenas uma forma de proteger o casal contra o azar e os maus espíritos, segundo os cânones sagrados desta tribo africana.

Obs: O casamento é consumado quando um boi entra na cabana do novo casal conduzido pela mãe da noiva e, ali mesmo, é sacrificado.

4. As Pontes de Sichuan

Um pouco de emoção em um casamento é sempre esperada. Mas as noivas da Província de Sichuan, no Sudoeste da China, costumam levá-la à um nível totalmente surpreendente. Primeiro, elas começam a chorar um mês inteiro antes do casamento. Todas as noites, cerca de uma hora por noite, como se fosse um compromisso anotado nos seus calendários. Dez dias depois do início deste ritual, as coisas começam a ficar realmente surreais. É quando as suas mães se juntam ao ato, soluçando todas as noites com as filhas. Espera, ainda não acabou! Dez dias depois, as avós entram em cena e até o final do mês, todos os membros femininos da família estarão se debulhando em lágrimas como uma cena muito ruim de uma comédia romântica pior ainda.

O costume se chama Zuo Tang, ou “Sentada no Hall”. Não importa o porquê do choro, mas muitas aproveitam a oportunidade para amaldiçoar o(a) cretino(a) que lhes arranjou um casamento com o cara mais feio do vilarejo. Não há nenhuma raiz religiosa no Zuo Tang, mas a tradição data de milhares de anos atrás, quando uma rainha se jogou aos pés da filha chorando como um bebê durante o ritual sagrado de enlace. Os presentes à ocasião acharam aquilo très chic e resolveram reproduzir, ano após ano e à sua própria maneira, uma versão da lendária cerimônia, à ponto de algumas meninas serem castigadas por suas mães se não cumprirem seu schedule diário de choro.

Um dos rituais da China é chorar, chorar e chorar
Créditos: Fede Grau
Um dos rituais da China é chorar, chorar e chorar

5. Eu vos declaro mulher… e árvore!

Ah, a Índia! É lá que algumas meninas têm o azar de nascer durante o período astrológico em que Marte e Saturno estão ambos sob a sétima casa. O que há de tão errado com isso, você pergunta? Basicamente, isso significa que elas são amaldiçoadas, naturalmente bruxas.

Estas poucas infelizes, conhecidas como Mangliks, são fadadas a atrair seus maridos para uma morte precoce. E o único remédio, ao que parece, é que a Manglik se case com uma árvore e, em seguida, corte a árvore para que a maldição seja quebrada. Tranquilo! Depois disso, ela pode seguir seus planos (desta vez com um humano) e seu pretendente não precisa nem se preocupar com o ciúme do primeiro marido de sua noiva. Será? (aumenta o volume da música sinistra).

6. Amigos da onça

A Coréia do Sul também é fiel às suas tradições mais extravagantes e, desta vez, é o noivo sozinho quem sofre a ira dos antepassados. Acontece que durante a festa, ele é imobilizado pelos amigos mais próximos e açoitado na sola dos pés com peixes, bengalas ou bastões e a tortura só acaba depois que a noiva cantar para eles. A sogra do pobre coitado também pode intervir, negociando uma quantia de dinheiro para que libertem seu genro. Esse rito simboliza o momento em que o noivo deixa os amigos para ficar com a mulher, por isso, de certo modo é como se ele estivesse apanhando por abandoná-los.

Na Coréia do Sul, o noivo é quem passa por todo um ritual intrigante
Créditos: Carlos Lucca
Na Coréia do Sul, o noivo é quem passa por todo um ritual intrigante

7. Procurada

Na Romênia, é comum as noivas  serem sequestradas pelos convidados do casamento. O noivo, que encarna o príncipe encantado por uma noite (metaforicamente falando), é informado por um bilhete e tem de trabalhar duro para pagar o resgate. Isso pode incluir algum mico, como cantar na frente de todos os convidados, mas não pense que é só isso, a imaginação dos seus amigos próximos pode ser muito mais perversa…

8. Conto de fadas malvadas

Os irlandeses mantêm fortes ligações com o passado e suas superstições se alternam entre engraçadas e assustadoras. Então, se você decidir se casar em território leprechaun e você é uma mulher, não poderá levantar os pés do chão durante a primeira dança com o seu marido. Adivinha o que vai acontecer se você fizer isso? Uma fada vai te levar para algum lugar desconhecido, longe deste mundo. E então, vai arriscar?

Na Irlanda a noiva tem que dançar sem tirar o pé do chão
Créditos: Sergio Ronaldo
Na Irlanda a noiva tem que dançar sem tirar o pé do chão

9. Trabalho em equipe

O que acontece na Alemanha é inusitado para nós, mas olha, até que é bem fofo! O Baumstamm Sägené um ritual que acontece logo após a cerimônia (às vezes na festa, desde que os noivos ainda estejam sóbrios) onde o casal deve cortar um tronco ao meio. O pedaço longo de madeira representa o primeiro obstáculo que os recém-casados devem superar em uma vida inteira de inevitáveis dificuldades futuras. Com uma serra de duas extremidades, eles trabalham em equipe – aplaudidos e encorajados pelos convidados –  até que o tronco seja cortado, com sucesso, em dois. Impossível ser mais literal sobre o significado da parceria no casamento do que isso.

10. Pular a vassoura

Algumas tradições se perdem com o tempo ou com as circunstâncias, mas um livro ou uma série de TV podem ser capazes de reviver alguns ritos esquecidos. Foi o caso do romance “Raízes” de Alex Haley (1976) que virou minissérie um ano após seu lançamento e narrava a saga de um escravo africano desde a sua captura. A história de Kunta Kinte foi responsável pela reintrodução do costume de “pular a vassoura” na região sul dos Estados Unidos. Surgida na época em que o casamento entre escravos não era reconhecido, esta tradição humilde, pela qual os escravos declaravam publicamente seu amor e comprometimento pulando sobre uma vassoura ao som dos tambores, presta homenagem a um rico e importante patrimônio afro-americano. Isso explica porque hoje em dia, os recém-casados saltam de mãos dadas sobre uma vassoura cerimonial, simbolizando a liberdade do seu futuro como marido e mulher.

O costume de “pular a vassoura” existe nos Estados Unidos
Créditos: Monica Dantas
O costume de “pular a vassoura” existe nos Estados Unidos

11. Se isso é estar na pior…

Conhecido pelo seu espírito efervescente, casamentos gregos estão sempre em nosso radar, mas não é apenas pelo barulho dos pratos se espatifando no chão. Uma tradição particularmente maravilhosa é a primeira dança do casal, quando os convidados, munidos de alfinetes, prendem dinheiro na roupa dos noivos enquanto eles giram pelo salão, entrelaçados em decorativas tiras de papel. Acredite ou não, este costume é realmente considerado uma honra para os convidados.

12. O tio doidão… Que você convidou!

Qual seria sua reação se aquele seu tio barbudo que lembra um viking não só pelo look, mas também pelo modo de vida, surgisse jogando esterco seco nos seus convidados exatamente no momento em que você se prepara para a sua entrada triunfal em direção ao altar? Seria um pesadelo, não é verdade? Bem, se você vive na área de Kyustendil da Bulgária, é muito provável que você tenha lhe pedido, especificamente, para fazer isso.

Tradicionalmente, antes do casamento as noivas búlgaras pedem a algum membro de sua família para se fantasiar e fazer o papel do strashnik, ou “o assustador”. E quanto ela estiver à postos para fazer a sua grande entrada antes da cerimônia, o strashnik salta de trás de um arbusto e começa a jogar esterco seco nos convidados enquanto empunha um osso de animal de uma forma que seria ameaçadora, se não fosse tão ridícula. Enquanto o tio bobão conduz seu show de horrores, a noiva passa desapercebida, fingindo que não há um crossdresser louco jogando estrume nas pessoas a apenas a alguns metros de distância. Por quê? Para se proteger contra o mau-olhado.

Na Bulgária tem até uma pessoa que fica jogando esterco seco nos seus convidados
Créditos: Mya Photographie
Na Bulgária tem até uma pessoa que fica jogando esterco seco nos seus convidados

Os búlgaros acreditam que as pessoas são mais vulneráveis ao mal enquanto estiverem sendo admiradas e adoradas, por isso, ter uma cerimônia de casamento é apenas pedir para ter problemas. Por capturar a atenção de todos os espectadores, o strashnik cria um campo de força, permitindo que a noiva atravesse o corredor antes que alguém possa atingi-la com maldições orientadas por ciúme. Alguma vez você já tentou botar um mau-olhado em alguém enquanto um palhaço com peruca de amoeba salta na sua frente jogando jujubas no seu rosto? Bem, eu também não, mas não deve ser nada fácil!

O que será que as pessoas desses países que acabamos de “visitar” pensariam se soubessem que aqui picotamos gravatas, passamos com o sapato da noiva em uma bandeja e atiramos o buquê para nossas convidadas? Gostou?

Em parceria com Zankyou