Jovens produzem documentário sobre desapropriação de casas

arquivo pessoal
Kleber, um dos jovens documentaristas

A dupla Elias Lopes de Oliveira, 18, e Kleber William, 19, concluiu há pouco tempo a edição do documentário “Lados”. O trabalho, que contou com a ajuda de cerca de dez pessoas, faz parte da Mostra Experimental de Comunicação Comunitária, fruto das oficinas realizadas pela Fundação Tide Setubal. O filme será apresentado Catraca Livre nesta sexta-feira, 29, às 18h na primeira Mostra de São Miguel Paulista.

O roteiro levanta a realidade de moradores da Vila Nair, zona leste de São Paulo, que passaram pelo processo de desapropriação para a construção do Complexo Viário Jacu Pêssego. A obra tem o intuito de desafogar o trânsito, além de interligar as rodovias Ayrton Senna e Dutra ao Rodoanel Mário Covas. “Pensamos neste assunto, porque era o que estava acontecendo naquele momento. Estava mexendo com a rotina das pessoas”, conta Elias.

Para colocar o plano em prática foi preciso traçar metas. A idéia inicial era entrevistar apenas os moradores da Vila Nair e mostrar o que eles estavam pensando sobre o assunto. “Encontramos alguns problemas, porque a região já estava praticamente vazia. Não havia mais quase morador”, explica o estudante. Durante o processo de produção, perceberam que era necessário ouvir mais pessoas, no caso as entidades públicas.
Conseguiram, então, uma entrevista com o subprefeito de São Miguel Paulista, Napoleão Verdigueiro Peixinho. Todas as fontes consultadas apresentaram seus pontos de vista e argumentos. O trabalho de apuração, reportagem e edição levou três meses para ficar pronto.

Futuro

Tanto Elias quanto Kleber estão a par das questões sociais de suas comunidades. Os dois já fazem parte de um jornal que circula em parte de São Miguel de quatro em quatro meses, gostam das técnicas de reportagem e apreciam a leitura. Mas, acima de tudo, acreditam que com o jornalismo – pretendem se formar nesta profissão –  podem realizar ações que melhorem o lugar onde moram. “Podemos divulgar os problemas e apontar soluções”, conclui Elias.