Espetáculo de dança Cabeça de Orfeu na Galeria Olido
Breve release
Abro os olhos e penso, será que há algo em comum nas vivências daqueles que acordam após uma pré-morte? O reconhecimento da situação em que me encontro retratado por um embaço da vista até chegar a nitidez. A busca na memória imagética (sempre em fragmentos) do que aconteceu, da derradeira lembrança, do último quadro antes do apagão. Penso então por flashes de memória, em princípio desconexos e, talvez ao longo da narrativa, esses fragmentos encontrem uma linearidade. Será que percorremos toda nossa memória em apenas um minuto? Como se naquele minuto tudo fizesse sentido, porque construímos ou encontramos o fio da meada.
A oposição do que se move e aquilo que está inerte. O que lembro está inerte, com os movimentos roubados ou tomados pelo fatídico acontecimento. No entanto, em minhas memórias há muito movimento. Ainda na busca pela compreensão dos fatos, há uma combinação quase que imperceptível entre imaginação e memória. Não sei bem se a palavra correta é combinação, talvez haja uma mistura entre esses dois funcionamentos da mente. Mas o interessante é que dessa mistura entre imaginação e memória surge o onírico. Talvez na ânsia de se encontrar esse sentido, que não existe em absoluto na natureza, o onírico crie um nexo para as lacunas da razão.
Equipe:
Direção e Coreografia: Jorge Garcia
Intérpretes Criadores: Alexandre Magno, André Graça, Amanda Raimundo, Beto Amorin, Cynthia Domenico, Marina Massoli, Natália Mendonça , Paty Bergantin
Assistente Coreografia: Clarice Lima
Trilha: Aguinaldo Bueno
Figurino: Danubia Costa
Cenário: Fábio Marcoff
Design de Luz: Ari Buccioni
Assessoria de Video – Video Imagens e DVD: Giuliano Scandiuzi
Produção executiva: Andréa Thomioka
Assistente de Produção: Renata Botta
Fotos: Silvia Machado
Por Redação