O Carregador da Saudade

14º Festival de Cinema Universitário faz projeção na sexta-feira e exibirá curtas premiados no sábado

Por: Catraca Livre

Nesta sexta-feira, 14, o Festival de Cinema Universitário apresenta às 17 horas, na Galeria Olido, os filmes: “Fiel Torcida”, de Daniel Ifanger, Dani Libardi, Ivan Nakamura, Mabel B. P. Lopes e Ruben Juliano; “(Nor)Destinos”, de Ana Rute Mendes, Paulo Cesar Azeviche e Tarsila Nakamura; “Rua Pain”, de Cásar Turim, Conchita, Eduardo Aquino, Luna Grimberg, Max R. Paiva e Ricardo Monastier;”AlterNativa”, de Carol Monteiro, “Donos da Rua”, de Fábio Baldo e “Os Três Pilares de Yuba”, de Paulo Ramazza, Tássia Beig e Emanoelle Rodrigues.

Projetado no Festival

Durante os quatro anos da faculdade, Thiago Ricarte, fazia o trajeto São Paulo a Atibaia, pela rodovia Fernão Dias. A viagem que durava em torno de uma hora inspirou o estudante a produzir o roteiro “Chapa”, filme realizado como projeto de conclusão do curso de Cinema, da faculdade Faap.

A ideia de Ricarte era utilizar a pista da rodovia como cenário. “O filme é um convite para quem estiver assistindo a parar e olhar toda a vida que existe naquele ambiente de passagem”, define.

divulgação
Chapa, filme de Thiago Ricarte

O título “Chapa” surgiu do tempo que Ricarte passou percorrendo a estrada. Todo dia, ao fazer o mesmo caminho, o estudante se deparava com os “chapas da estrada”, barraquinhas de trabalhadores informais que ajudam caminhoneiros a chegarem ao seu destino final e também auxiliar no descarregamento de mercadorias. “Embora a história fale pouco sobre eles, me inspirou contar uma história desses personagens, na rodovia, que é um ponto forte cinematograficamente”, comenta.

Através das imagens que Ricarte fazia das possíveis locações foi montado o roteiro do curta. Apesar de arraigado a realidade “Chapa” é uma obra ficcional. O filme conta a história de um chapa, que decide mudar sua rotina para esperar a chegada de sua filha.

Sem seguir uma estrutura clássica, “Chapa” contrariou alguns professores da faculdade e dividiu opiniões. Ricarte lembra que durante a projeção ocorrida junto a defesa de banca o clima era de tensão.

Cannes

Apesar das críticas, o filme foi escolhido para o CineFóndation, em Cannes, categoria de filmes realizados por estudantes de cinema do mundo todo. “Fiquei muito feliz de ter sido escolhido para Cannes, mas ao mesmo tempo, triste pelo filme ter sido reconhecido por alguns somente depois disso”, ressalta.

Segundo Ricarte, participar de um evento como esse não só fortaleceu o reconhecimento de sua obra como também o possibilitou entrar em contato com estudantes de diferentes países e conhecer o funcionamento das escolas de cinema.

Aos 23 anos, o garoto de Atibaia que quando pequeno queria ser cardiologista, descobriu que poderia fazer através da escrita e da representação da realidade, um trabalho. Ainda pequeno já fazia filmes, em VHS, como a câmera do seu pai. Hoje, já trabalhou em 35mm e já teve seu terceiro curta assistido por diferentes estudantes de cinema do mundo todo.

Veja um trecho do filme

http://www.vimeo.com/6087475