Samba, caldo de feijão e sala de aula

Dando continuidade ao Especial de Samba de Comunidade, apresentamos o Samba na Cumbuca. A próxima roda em torno da cumbuca será nesta quarta-feira, 28. O evento acontece no Butantã com a intenção de revelar novos compositores, músicos e levar ao conhecimento do público a história do samba paulista. Veja também a lista dos ensaios das escolas de samba.

Por: Catraca Livre

Quando os primeiros acordes do cavaquinho lampejam no Casa de Cultura do Butantã, a cumbuca de barro, que fica no centro da roda e guarda as composições dos sambistas impressas em papéis, é aberta e as folhas são distribuídas entre o pessoal para que todo mundo cante junto.

Este ritual acontece duas segundas-feiras por mês e toda última quarta-feira, como é o caso da quarta desta semana, 28, no Projeto Cultural Samba na Cumbuca. Idealizado por Felipe Doro e Tiago Império, o projeto surgiu em março deste ano com a intenção de revelar novos compositores, músicos, intérpretes, poetas e levar ao conhecimento do público a história do samba paulista.

A escolha pela zona oeste (bairro do Butantã) era clara: “esta região, especificamente o Butantã, não tem um movimento forte de samba. Montamos o projeto, mandamos para a Casa de Cultura do Butantã e o coordenador Guilherme Bonfim gostou da idéia e deu o aval para começarmos o projeto”, conta, orgulhoso, Felipe Doro.

A folia que começa às 19h30 e termina às 22h é comandada por oito músicos que compõem a roda – Felipe Doro (Cavaco e Banjo), Tiago Império (Percussão Geral), Petróleo (Cavaco), Luciano (Violão 7 cordas), Orlando (Repique de mão), Aroldo (Tantanzinho), Bigode (Pandeiro) e Dedé (SurdoNomes) –  tocam e cantam nomes como Oswaldinho da Cuíca, Geraldo Filme, Germano Mathias, Sr. Dionisio Barbosa, Adoniran Barbosa, entre outros.

Além das músicas que revivem o samba paulistano, a dupla também montou um painel com a história do gênero que fica exposto durante as apresentações e acrescenta contando “casos” sobre o samba. “Teve um caso bacana. Um professor foi ao projeto e viu a nossa estrutura, se interessou e passou um trabalho para os alunos, eles foram ao projeto pesquisar e aprender sobre o samba”, revela Doro.

Assim como um ritual abre os trabalhos e inicia a folia, o samba também termina de um jeito especial. “Quando o caldo fica pronto, o cozinheiro Alemão bate o triângulo, aí cantamos o último samba, fechamos a cumbuca e saboreamos o delicioso caldo de feijão que é servido para todos.”