Acampando com beduínos no deserto do Saara, no Egito

A experiência foi crucial para derrubar nosso preconceito e mudar paradigmas

Inicialmente nos pareceu bastante perigoso, quatro dias no maior deserto do mundo, no meio do Egito, em uma região de contínuo conflito e acampando com beduínos muçulmanos. Porém, depois de uns dias pela região do Sinai, hospedados em um hotel camping, às margens do Mar Vermelho e convivendo com locais, nos encantamos com o país e apesar dos problemas recentes com atentados e guerras, resolvemos encarar a aventura e foi simplesmente incrível. Veja a sequência de três vídeos que postamos em nosso canal do YouTube e acompanhe nosso sabático pelo mundo no Instagram.

Buscamos a melhor opção pela internet e depois de encontrarmos alguns guias, verificamos referencias no TripAdvisor e isso nos deixou ainda mais encorajados. Todas as citações eram positivas e pessoas de todo o mundo ressaltavam o quão transformador é aquele contato direto com o maior deserto do planeta.

Fechamos o guia e ele nos buscou no Cairo, para irmos até Bahariya Oasis, Guisé, Egito, um vilarejo com forte cultura muçulmana. Chegando lá, já tivemos um certo choque cultural ao ver que as poucas mulheres que estavam na rua usavam burca, mostrando apenas os olhos.

A primeira refeição foi servida na casa do Loly, nosso guia beduíno, que nos recebeu em um quarto fora da casa, pois não poderíamos ter qualquer contato com sua esposa, que apenas preparava a comida e as mandava até nós, por intermédio dos filhos ou do próprio Loly.

Uma pausa no White Desert.

Chegando no deserto, tivemos uma sensacional experiência de dormir cada noite em um diferente cenário desértico.

Um dos acampamentos.

Esperávamos encontrar apenas areia, mas fomos surpreendidos por corais marinhos petrificados, já que ali foi fundo do mar, há milhões de anos atrás.

Surfando no que já foi o fundo do mar.

Outra noite dormimos em uma região aparentemente de pedras vulcânicas, que formavam um lindo desenho que misturava preto, marrom e o vermelho do sol.

No silêncio absoluto do deserto.

A comida era deliciosa, preparada ali, na areia, pelos beduínos. Ao final um chá tradicional, que na segunda xicara vinha com um pouco de menta e era realmente muito bom.

Preparando o chá a beira da fogueira.

A fogueira que assava o frango e aquecia a água do chá, era também o centro da roda que formávamos durante a noite, para cantar e admirar as estrelas.

Nossa chegada ao acampamento.

Surpresa para nós, encontramos água todos os dias no deserto. Nossos guias nos levaram a diferentes oásis, onde tomávamos banho e nos refrescávamos do calor de mais de 40 graus.

Oasis de El Santa.

Uma das noites fomos visitados por “lobinhos” do deserto, que mais pareciam pequenos cachorros amedrontados, mas inquietos buscando comida no acampamento.

Contemplando o deserto.

O profissionalismo e respeito dos beduínos que nos guiaram foi o mais incrível de tudo. Não nos sentimos inseguros em nenhum momento e tudo transcorreu de forma muito tranquila. Muçulmano praticante, um deles rezava as cinco vezes do dia e nos falava bastante sobre sua religião.

A janela do deserto.

Foi uma experiência que jamais imaginávamos que iríamos viver. Ainda mais depois de termos passado mais de vinte dias desbravando Israel e conhecendo bastante da cultura judaica. Recomendamos essa viagem, para quebrar preconceitos e paradigmas que tenham.