Dog sledding: um trenó, quatro cães e um safari na Escandinávia

Por: Catraca Livre

O dia começou às 9h para a gente. Após acordar e vestir toda a indumentária de frio já que nos era familiar, encontramos o grupo do dia anterior na parte de fora do albergue para seguirmos para o safari de trenó puxado por cachorros, em Abisko, na Suécia.

Fomos guiados até o canil, que fica a cerca de 100 metros do albergue e lá começamos a ter as orientações sobre o passeio, como manusear os trenós e cuidados com os cães.

Eram onze trenós e um guia nos acompanhando de snowmobile (moto de neve) e tirando fotos.

Com a GoPro na cabeça, comecei a filmar e fotografar todo o passeio.

Por várias vezes, tínhamos que parar, pois os cachorros paravam para urinar ou evacuar ou ainda por que um de nós não estava hábil o suficiente para conduzir os trenós.

Por duas vezes, uma colega chinesa deixou o trenó escapar de suas mãos e viu os cães saírem sem rumo, deixando-a para trás e sem saber o que fazer.

Nessas horas, o guia ia ao encontro dos cães e os trazia a sua condutora.

O passeio foi muito emocionante. Em alguns momentos, tínhamos que usar o trenó como um patinete para ajudar os cães, pois eles sozinhos não davam conta de subir ladeiras carregando todo o peso dos trenós e das pessoas.

Era curioso como eles sabiam os comandos e o que tinha que ser feito, pois eventualmente paravam e olhavam para mim como se quisessem dizer “vamos meu filho, dá um empurrão aí por que você não é leve não”. Obviamente, eu seguia as instruções dadas por seus olhares. E assim, eles iam seguindo a trilha deixada pelos outros trenós.

Ainda, pegamos um vendaval de neve que me fazia alternar as mãos entre o trenó e o cachecol que cobria minha boca e nariz. Os olhos ficavam cerrados, pois pedrinhas de neve batiam nele o tempo todo. O frio mais uma vez era absurdo, doendo as mãos ao extremo até que elas ficavam anestesiadas e paravam de incomodar.

Após duas horas de passeio, chegamos novamente ao canil, para dar um descanso aos cães e a nós mesmos, por que por incrível que pareça, em muitos momentos temos que aliviar o esforço deles dando umas patinadas. E fazer isso em subida e neve fofa é um baita exercício físico.

Bom, passeio feito, foi hora de retornar ao albergue e preparar para a próxima aventura do dia, que você verá no próximo post.

Curiosidades

  • Os cães são muito bem tratados e são treinados para puxar os trenós. Existe uma conduta de ética que os turistas tem que eguir para manipular os trenós e não machucar os cães. Num primeiro momento, tive um pouco de dó deles, pois sou pesado e por um segundo me coloquei no lugar deles. Mas, durante o passeio, vi que eles estavam eufóricos e tinham essa necessidade de extravasar energia;
  • A escolha dos cães não é casual. São colocados aos pares e quatro por trenó, sendo os dois da traseira os mais fortes, pois são os que fazem mais força para puxar o trenó;
  • Havendo necessidade, por cansaço dos animais, eles são trocados de posição ou ainda tem um outro animal adicionado para dar mais força física ao grupo;
  • Controlar o trenó é muito fácil. Você não precisa fazer basicamente nada, pois os cães sabem para onde ir. No máximo, você precisa jogar seu peso para um dos lados para fazer o trenó mudar de direção ou pisar em um ferro (pedal) para cravá-lo na neve e frear o trenó;
  • Segundo o guia, os trenós puxados por cães nunca foram meios de tranporte na Suécia. Lá, eles usam apenas como atração turística.

Mais fotos

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