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Passagens reduzem número de animais atropelados em até 100%

Por mais que existam placas alertando para o perigo de bichos na pista, o número de animais atropelados nas estradas brasileiras é assustador: 15 por segundo, ou 475 milhões por ano entre as espécies silvestres, segundo o CBEE (Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas). Para minimizar o problema, as passagens de fauna – estruturas e equipamentos construídos para ajudá-los a atravessar as vias – agora são obrigatórias no país.

A passagem de fauna reduz o número de animais atropelados e contribui para a preservação das espécies
A passagem de fauna reduz o número de animais atropelados e contribui para a preservação das espécies

Em novembro do ano passado, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei nº 466/15, que visa propiciar segurança para a circulação de animais silvestres no território nacional. Entre as exigências estipuladas pelo projeto, está a implantação das passagens de fauna.

Até então, esse tipo de estrutura aparecia como condicionante na obtenção da licença para construir um empreendimento rodoviário, como explica Wilson Miguel de Oliveira, diretor e responsável pela gestão de projetos de inovação do Grupo Eco&Eco, especializado na colocação desses equipamentos.

“Com a nova legislação, o Ministério Público passa a atuar na fiscalização para impor as construções dessas estruturas, podendo estabelecer sanções quando elas não são realizadas”, afirma Oliveira, que é pós-graduado em gestão ambiental pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Ele explica que existem três tipos diferentes de passagem de fauna. O primeiro deles é o ecoduto, caminho que passa debaixo de uma rodovia.

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Animais na pista, no caso, pode significar que esse simpático guaxinim está atravessando a ponte para acasalar
Animais na pista, no caso, pode significar que esse simpático guaxinim está atravessando a ponte para acasalar

A passagem de copada, suspensa ou aérea, por sua vez, é uma estrutura elevada por cordas ou cabos de aço, a ser usada por animais que utilizam as copas das árvores para seu deslocamento – marsupiais e primatas, por exemplo.O terceiro modelo é o viaduto vegetado, que consiste em uma estrutura de concreto que recebe camadas de terra e vegetação típica da região em que é instalada. Ele serve tanto para o deslocamento de animais terrestres como para o dos que se movimentam pelo alto.

A construção de uma passagem de fauna envolve uma série de etapas. Inicialmente, profissionais de ecologia e biologia cadastram a população de espécies que circulam pela área em que será construída a estrada.

Depois, com a ajuda de consultores ambientais, é feito um monitoramento, que leva de seis meses a um ano, para identificar os pontos naturais de travessia.

Só então entra em cena o pessoal da engenharia, que fará o projeto e estudará a viabilidade técnica de sua implantação. A execução da obra é relativamente rápida – demora entre 2 meses e meio e 7 meses, em média, dependendo do tipo de passagem.

Os resultados obtidos com a colocação desses equipamentos costumam ser muito positivos. “É possível reduzir o número de animais atropelados em até 100%, contribuindo para a preservação de várias espécies”, afirma Oliveira.

“Além disso, as passagens permitem o acasalamento entre indivíduos de grupos que se localizam em lados opostos de uma rodovia, o que mantém a qualidade genética das espécies ao impedir que parentes acabem se acasalando na falta de outra opção”, explica.

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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.