Atrizes do “Doutores da Alegria” realizam palestra

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Palestra acontece no Itaú Cultural
Palestra acontece no Itaú Cultural

As atrizes Juliana Balsalobre e Marina Quinan (Las Cabaças), do elenco paulistano dos Doutores da Alegria, realizam uma palestra no Itaú Cultural, nesta segunda, 23 de março, das 19h às 21h. No encontro intitulado “Doutores da Alegria Amazônia adentro – O que acontece quando palhaços descobrem um país?”, a dupla relatará a experiência vivida durante os 11 meses percorridos entre comunidades do extremo norte do Brasil. O objetivo da viagem foi o de levar a arte do palhaço às populações ribeirinhas, quilombolas e indígenas do Amazonas, Pará, Amapá, Acre e Maranhão.

O trabalho faz parte da pesquisa contínua dos Doutores da Alegria – que há 18 anos atuam em hospitais no Brasil – sobre o potencial transformador da experiência do palhaço e o impacto do encontro deste arquétipo junto às comunidades.

A itinerância combinou apresentações da dupla e encontros com palhaços locais, mapeando a produção artística da região. Houve ainda momentos instigantes, como a chegada das atrizes a locais em que um palhaço jamais esteve – o que tornou a experiência enriquecedora também para a pesquisa artística da organização. Não houve apresentações em hospitais ou postos de saúde.

A viagem foi toda registrada em diários, vídeos e fotos que estão disponíveis na Internet, possibilitando o acesso de todos os interessados. O registro, que posteriormente deve ser publicado em livro, descreverá todo o percurso para se chegar a uma comunidade – a trajetória foi toda feita com os meios de transporte públicos utilizados nesses locais, principalmente barcos e ônibus de linha -, mostrando como vivem de fato os caboclos ribeirinhos e os remanescentes quilombolas.

Conforme relata a dupla de palhaças em seu blog: “apresentar os números tradicionais em locais onde o país continua sendo o de outrora nos faz entender os tempos clássicos do riso essencial”.

Trajetória

Juliana Balsalobre e Marina Quinan atuam juntas em teatro de rua desde 1995, mais especificamente com a Commedia dell´arte. Marina ingressou nos Doutores da Alegria em 2000 e Juliana, no ano seguinte, mas só passaram a formar uma dupla na organização a partir de 2004, quando passaram a desenvolver um repertório próprio.

Em 2006, numa versão piloto da iniciativa, a dupla viajou pelo país durante 7 meses, para encontrar palhaços de outras regiões brasileiras menos favorecidas e atuar em outras realidades sócio-econômicas. A “turnê” incluiu apresentações do espetáculo autoral “Semi-Breve” (releituras de gags clássicas) em festivais, circos, teatros, ruas e locais inusitados como garagens, barcos e até terreiros.

Palhaças Amazônia Adentro – Roteiro 2008/2009

· Abril e Maio de 2008 – ACRE
Locais: Rio Branco e Cruzeiro do Sul

· Junho a Setembro de 2008 – AMAZONAS
Locais: Manaus, Iranduba, Nossa Senhora Aparecida, São Gabriel da Cachoeira, Serra Baixa e Taracuá

· Outubro a Novembro de 2008 – PARÁ
Locais: Santarém, Cachoeira do Aruá, Ilha de Marajó, Vila do Pesqueiro e Belém

· Novembro de 2008 – AMAPÁ
Locais: Bailique e Mazagão

· De dezembro de 2008 a fevereiro de 2009 – MARANHÃO
Locais: São Luis, Frechal, Cabaceiras, Ilha dos Lençóis e Alcântara

Doutores da Alegria

Doutores da Alegria é uma organização da sociedade civil cuja missão é promover e experiência da alegria junto a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais da saúde. A organização também conta com um núcleo de pesquisa dedicado à arte do palhaço, com foco na produção de conhecimento e criações artísticas, e com a Escola de Palhaços dos Doutores da Alegria, com cursos voltados a públicos diversos.

Com um elenco de cerca de 45 palhaços profissionais que atuam em 14 hospitais em São Paulo, Recife e Belo Horizonte, os Doutores da Alegria são reconhecidos em todo o país por seu profissionalismo e atuação inovadora. A organização recebeu o Prêmio Criança 1997 da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e foi incluída três vezes na lista das 100 melhores práticas globais da divisão Habitat da Organização das Nações Unidas.

Em janeiro de 2009, as atividades na unidade Rio de Janeiro – inaugurada em 1998 – foram paralisadas temporariamente, para a implantação de um novo modelo de atuação, mais abrangente e sustentável. A expectativa é que a retomada ocorra ainda este ano.

Por Redação