Anitta usa tranças e, de novo, comete apropriação cultural
Tudo o que sabemos sobre ‘Vai, Malandra’, o novo clipe de Anitta https://t.co/RFsfXsCKpn pic.twitter.com/Yfb0y42c1i
— revistaestilo (@revistaestilo) August 21, 2017
A cantora Anitta gravou cenas para o seu novo clipe, “Vai, malandra”, no último dia 20, no Morro do Vidigal, no Rio de Janeiro.
Só que, novamente, ela resolveu brincar de ser negra, colocando tranças e se apropriando deste elemento cultural tradicionalmente negro.
Muita gente se indignou não apenas com a apropriação, mas também com a ausência de discussão sobre o caso:
Anitta se achando a negona com essas tranças como diria minha amiga @s_candalous kkkkkk
— ✖️???????✖️ (@Marilyn777_) August 21, 2017
https://twitter.com/ahsofia/status/899708134524157954
https://twitter.com/carolinafrntz/status/899594598875574273
https://twitter.com/Raiiy/status/899647479645327360
segunda-feira, 10 da manhã, e eu já tô tentando fingir (e falhando) que anitta de box braids não é apropriação e não me deixa pistola.
— vitoria (@videkiddo) August 21, 2017
O caso se assemelha a muitos outros, especialmente ao da atriz Isabella Santoni, que também apareceu de tranças.
“Muito fácil ter ‘estilo afro’ sendo branca e nunca ter que passar por todos os preconceitos sociais que pessoas negras passam por assumir o mesmo estilo”, escreveu uma internauta na época.
Como já noticiamos naquele momento, enquanto mulheres brancas utilizam tranças apenas como adereço fashion, as negras têm questões de tradição e autoestima relacionadas às tranças. E não raro, as mulheres negras enfrentam resistência em determinados espaços,
Em outro caso emblemático, uma funcionária de uma agência de marketing foi humilhada por causa das tranças e demitida após denunciar o caso.
“Então eu disse: ‘Você pode falar do meu trabalho, mas não fale da minha cultura. Porque o fato é: uma mulher preta, usando trança, usando afro, não é somente um penteado, é cultura. O meu cabelo é de trança, é assim que se faz na minha cultura, na minha família, com meus amigos… as mulheres usam trança. Eu não tenho que me submeter a essa cultura branca invisível que há no escritório”, afirmou a funcionária para a revista Fórum.
“É totalmente diferente ser branco – ou passar como branco – e usar um turbante/dread, e ser negro usando as mesmas coisas; os olhares são outros, exatamente porque quando usado pelo protagonista daquela tradição, o símbolo ganha outro significado, ele é político, de resistência e empoderamento”, escreveu a ativista Stephanie Ribeiro sobre apropriação cultural.
Procurada, a assessoria de imprensa de Anitta não se pronunciou até o fechamento deste texto.
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