Calouros são queimados em trote com creolina e larvicida

Após o trote, os estudantes feridos deram entrada em hospitais do município

Por: Heloisa Aun

Sete calouros de agronomia da Faculdade da Amazônia (Fama), em Vilhena, Rondônia, tiveram queimaduras graves pelo corpo após um trote violento na noite desta segunda-feira, dia 15. As lesões foram provocadas por uma mistura de creolina e larvicida.

Em entrevista ao Catraca Livre, o estudante Lucas Ribeiro Boehm, de 17 anos, relatou o caso. “Passaram lepecid com creolina no meu corpo e também em outros calouros, o que acabou queimando a pele. Na hora, começou a arder muito, fiquei tonto e quase desmaiei. Corri ao banheiro e um colega me levou para o Hospital Bom Jesus, onde fiquei internado por cerca de 13 horas”, conta o jovem.

Lucas Ribeiro Boehm teve queimaduras por todo o corpo
Lucas Ribeiro Boehm teve queimaduras por todo o corpo

De acordo com Lucas, que teve queimaduras de primeiro grau nas costas, ombro e tórax, os veteranos diziam que ninguém era obrigado a participar do trote, mas alertavam que os desistentes não seriam chamados para as festas ao longo do curso. Por isso, a turma resolveu aderir às atividades.

“Os veteranos rasparam o cabelo dos meninos e passaram larvicida nas mãos e pés de duas garotas”, descreve ele. Lucas afirma que todos que foram queimados resolveram entrar na justiça contra os veteranos, solicitando a expulsão deles para que isso não ocorra nos próximos anos.

Após o trote, os alunos feridos deram entrada em hospitais do município. As vítimas já registraram boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil por lesão corporal.

O Catraca Livre entrou em contato com a direção da Faculdade da Amazônia, que enviou uma nota de repúdio a respeito do episódio. “A responsabilidade de cada aluno veterano será rigorosamente apurada, através de Processo Administrativo Disciplinar, que já foi instaurado, a fim de que a cada acadêmico veterano envolvido sejam aplicadas as penalidades administrativas cabíveis, que vão desde a suspensão até a expulsão”, diz a declaração.

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