Cartuns em ônibus do Rio estimulam o debate sobre a proibição das drogas

“A guerra mata mais do que as drogas”, de Angeli

Com ilustrações assinadas por Laerte, André Dahmer, Angeli, Arnaldo Branco e Leonardo, a campanha “Da proibição nasce o tráfico” ganhou as ruas do Rio de Janeiro em anúncios fixados na parte traseira de ônibus que circulam pela cidade.

A proposta foi criada na última quarta-feira, dia 22, pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes. O objetivo é estimular o debate acerca da política de drogas e as consequências do tráfico na sociedade como um todo.

“A proibição afasta dos serviços de saúde e cuidado aquelas pessoas mais afetadas pelo abuso dessas substâncias, que, com medo de serem presas, preferem se esconder a pedir ajuda. Por fim, a proibição e as organizações criminosas que ela alimenta sujeitam populações inteiras a uma guerra sem fim, sacrificando, sobretudo, a vida de policiais e de moradores das periferias brasileiras”, diz o texto de apresentação da campanha.

Confira os cartuns na galeria abaixo:

Um dos principais argumentos é que a “guerra às drogas” mata mais do que o consumo delas. Para esboçar melhor este cenário de violência, de acordo com dados do 8º anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em novembro de 2014, a tropa mais letal do país está justamente no Rio de Janeiro, seguida por São Paulo e pela Bahia. Entre 2009 e 2013, 11.197 pessoas foram mortas por agentes públicos. A desmilitarização também é uma pauta defendida pela campanha. Confira o material completo clicando aqui.

E como seria um país onde as drogas fossem legalizadas? Há um estudo sobre a experiência vivida de Portugal, que mudou sua postura diante das drogas em 2001. A autoria é do jornalista Glenn Greenwald – aquele que escreveu várias reportagens sobre a Agência Nacional de Segurança (NSA), após o ex-agente Edward Snowden vazar documentos secretos. O estudo está disponível online em inglês.