Casados com a fotografia

Luciana Cattani e Gabriel Boieras casaram com a fotografia – literalmente

Ela sobrevivia registrando casamentos, mas queria alargar seus horizontes. Há seis anos, entrou num curso sobre a cor, ministrado pelo premiado Walter Firmo, que incluía expedições pelo interior do Brasil para documentar as festas folclóricas.

As expedições resultaram em mais uma festa de casamento. A diferença é que, dessa vez, não precisaria fotografar. Nem poderia, afinal seria a protagonista da cerimônia – casou-se com um aluno do curso.

Desde então, se iniciou um hobby conjugal: sair pelo Brasil registrando as festas populares. Virou um negócio, já quem começaram a vender as fotos, embora cada um continuasse com suas especialidades em fotografia. “Viajar pelo folclore brasileiro é viajar pela cor”, conta Luciana. Nesta semana, a união se transformar na abertura de um espaço dedicado especialmente às cores do Brasil.

Gabriel Boieras
Festa Popular

A primeira parada daquele curso sobre a cor foi em Ouro Preto, quando os alunos deveriam documentar uma festa religiosa.  O romance começou quando se apaixonou por Gabriel Boeiras, que, até então, fazia basicamente publicidade – e como ela estava em busca de novas experiências estéticas.

Nunca mais deixaram o ritual de documentar o Brasil pelas lentes das festas populares, quando gastavam o pouco que conseguiam economizar. Aos poucos, montaram um acervo, publicaram livros e comercializaram as fotos. Notaram interesse no Exterior pelo seu trabalho. “Queríamos mostrar um Brasil que a maioria dos brasileiros não conhece”, afirma Luciana.

Estiveram do Círio do Nazaré, em Belém, passando por várias comemorações de  São João no interior do Nordeste, até diferente manifestações de Candomblé na Bahia e no Maranhão. Neste mês, o casal esteve em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, onde Gabriel registrou um estranho hábito dos habitantes. “Eles passeiam com um pássaro na gaiola como as pessoas andam com um cachorro na coleira.”

No começo deste ano, o casal resolveu tirar um ideia do papel. Rasparam as economias para abrir um espaço que pudessem expor o resultado dessas viagens, mas também aberto a mais profissionais especialmente interessados em descobrir o Brasil. No futuro, o espaço, batizado de “Território de Foto”, deverá ser um ponto de encontro para cursos e palestras.

Uma coincidência conjugal ocorreu quando o imóvel foi alugado. Eles fecharam o contrato no mês de abril. É o mês que se conheceram em Ouro Preto – e aprenderam a conheceram as cores do Brasil.

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