Chamada de ‘idiota’ por Bolsonaro, repórter desistiu do processo

Bolsonaro chamou a repórter de “idiota” e “ignorante”

Em abril de 2014, a jornalista Manuela Borges, até então funcionária da RedeTV!, foi chamada de “idiota” e “ignorante” pelo deputado Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, em Brasília, depois que a repórter fez uma pergunta a ele sobre a ditadura militar.

Na época, o vídeo viralizou, e a jornalista prometeu processar o parlamentar. O vídeo voltou à tona novamente, e a jornalista deu uma entrevista ao UOL explicando o porquê de não ter efetivamente processado o deputado. Segundo Manuela Borges, ela não seguiu em frente com a promessa porque a RedeTV!, onde trabalhava na época, não lhe deu qualquer respaldo, o que colaborou para que ela perdesse a coragem de entrar na Justiça.

De acordo com a jornalista, os únicos respaldos foram uma nota de repúdio do Sindicato dos Jornalistas de Brasília e um processo movido por outro parlamentar na Câmara pedindo quebra de decoro. A repórter, no entanto, não sabe precisar como está o procedimento.

“Na época eu estava na RedeTV! e ela me desencorajou, me orientou a não processar o parlamentar. Aí o Sindicato dos Jornalistas me deu apoio. Foi uma situação super desagradável. Não me deram respaldo nenhum, não divulgaram nota de repúdio”, conta. “Eu fiquei bem chateada. Só entraram em contato comigo dois dias depois. O Rafinha Bastos entrou em contato comigo para falar por telefone ao vivo no programa dele. Eles convidaram o Bolsonaro também para falar sobre o assunto.Como o deputado iria participar, eles queriam me entrevistar ao vivo. Pedi para a RedeTV!, e não me deram resposta”, lembra.

A jornalista afirma também que desistiu do processo depois de ser aconselhada por um amigo. “Ele disse: ‘você está preparada para ir para a Justiça? Vai que esses juízes te culpam e dão multa? Se eu fosse você, não mexia com isso'”, explica.

Manuela Borges lembra ainda que chegou a ser bastante hostilizada por seguidores do deputado na época e que ficou com medo de atitudes mais graves.

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Confira o vídeo que voltou a circular na internet:

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