Coletivo arrecada absorventes para presidiárias, mas é impedido de fazer as doações

Ação seria destinada a detentas encarceradas no RJ

Após o lançamento do livro “Presos que Menstruam”, escrito pela jornalista Nana Queiroz, que denuncia as condições de vida das pouco mais de 36 mil mulheres presas no Brasil (embora a capacidade das penitenciárias femininas seja de apenas 22.666), o coletivo Saaanta Mãe lançou um projeto de arrecadação de absorventes no Rio de Janeiro.

Com a arrecadação que beneficiaria ao menos duas mil detentas, os produtos foram encaminhados à Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP). Apesar disso, o orgão recusou a oferta, justificando ter quantidade suficiente para atender a população carcerária do estado.

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A recusa foi encarada com surpresa pela coordenadora nacional da Pastoral Carcerária, irmã Petra Pfaller, que recentemente havia visitado algumas unidades cariocas e constatado falta de absorventes. Para tornar possível a coleta, o movimento disponibilizou diferentes pontos de arrecadação em universidades, escolas e outros pontos. Outras campanhas de arrecadação também são realizadas em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

Por outro lado, a Seap nega a falta de absorvente, informando que adquiriu 37.500 pacotes, além de outros 10.340 em estoque. Alegando perder o prazo de validade dos produtos, a secretaria orientou que as doações fossem feitas a outros órgãos, como por exemplo o Degase (departamento que guarda menores de idade), abrigos e hospitais. Segundo os organizadores da ação, a data de validade dos absorventes expiraria apenas em 2017.