Criminosos obrigam mães de santo a quebrarem terreiros no RJ

Imagem de mãe de santo quebrando o próprio terreiro sob ameaças
Imagem de mãe de santo quebrando o próprio terreiro sob ameaças

Uma série de ataques a terreiros vem demonstrando uma atual onda de intolerância religiosa no Rio de Janeiro. Criminosos têm intimidado e aterrorizado adeptos do candomblé em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. As informações são do “Uol“.

Um dos ataques foi registrado pelos próprios criminosos e tem circulado nas redes sociais desde terça-feira, 12. Confira:

No vídeo, uma mãe de santo é filmada quebrando objetos e imagens depois de frequentadores terem sido ameaçados e expulsos do local durante uma celebração no bairro de Ambaí, de acordo com relatos obtidos pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) do Rio.

“Olha aqui, meus amigos. A capeta-chefe aí. Quebra tudo, apaga a vela… O sangue de Jesus tem poder. Todo mal tem que ser desfeito, em nome de Jesus. A senhora é o demônio-chefe, que serve toda essa cachorrada”, diz um dos suspeitos na gravação.

Em um outro vídeo, um sacerdote de um outro terreiro, no no bairro Parque Flora, arrebenta objetos sob constante ameaça. “É só um diálogo que tô tendo com você… Da próxima vez eu mato. Safadeza! Pilantragem!”, grita um homem, que cita novamente o nome de Jesus várias vezes no vídeo. “Você não sabe desde o começo que o mano não quer macumba aqui? E tá peitando por quê? (…) Já avisei: se eu pegar de novo, se tentar construir esse c… de novo, eu vou matar!”, continua.

O interlocutor da CCIR, o Babalawô Ivanir dos Santos, explicou ao “Uol” que pelo menos sete ataques já foram registrados na região só em setembro. “É uma coisa orquestrada, está nítido. Eles foram doutrinados por alguma liderança religiosa má a fazerem isso, estão sendo manipulados. É só ver as expressões que usam nos vídeos. E as outras pessoas ficam totalmente vulneráveis”, lamentou.

Ele ainda acusa o Estado de se omitir dos ataques. “As autoridades já sabem disso há um bom tempo. Sensação é de impunidade. Nunca algum caso assim chegou até a Justiça’, questionou.

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