Redes sociais: dançarina assassinada teve fotos da autópsia divulgadas

Um exemplo da falta de respeito – e da capacidade que, com as novas tecnologias, de divulgar qualquer coisa a qualquer momento.
Catraca Livre se recusa a divulgar essas imagens.

Ex-integrante do grupo Gaiola das Popozudas, Amanda Bueno, foi assassinada pelo noivo, com um tiro na cabeça. O que já seria trauma suficiente para qualquer família.
Ainda ficou pior: divulgaram as fotos do corpo da dançarina de 29 anos, enquanto ela ainda passava por uma autópsia no Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu (RJ).

Amanda foi assassinada na casa onde morava com o noivo, no Rio de Janeiro, durante uma briga entre o casal motivada por ciúmes. A irmã da vítima, Valsirlândia Lopes Sena afirmou que o caso será levado para justiça.

“Isso era uma coisa privada, que não podia sair lá de dentro, foi um desrespeito. Não podiam sair passando essas fotos de mão em mão”, comentou Valsirlândia, indignada, em entrevista ao G1.

Ainda segundo a irmã de Amanda, a família ficou muito abalada ao ver as fotos em que dançarina aparece nua e com ferimentos na cabeça.

“Elas chegaram na gente no momento do velório dela, apesar de toda a dificuldade que estávamos tendo, a dor de perda, a tristeza. A gente não queria que as pessoas vissem como ela estava e até pedimos para que o caixão não fosse aberto. Aí essas fotos circularam do nada e foi muito difícil, pois violaram a privacidade dela, que estava nua, ainda no IML. Eles não podem fazer isso”, desabafou.

Após o constrangimento de ver as imagens, ainda durante o velório da dançarina, a família de Amanda procurou o auxílio de advogados para saber como lidar com o vazamento das fotos da necropsia dela.

Segundo o advogado Paulo César Gonçalvez da Silva, “as fotos eram muito chocantes e, apesar da vítima não ter mais conhecimento do que estava acontecendo, essas imagens abalaram os familiares ainda mais. Por isso, vamos entrar com uma ação por danos morais decorrente dessa exposição indevida”.