Dilma recebe apoio de artistas e intelectuais no Palácio do Planalto

A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta quinta-feira, 31, no Palácio do Planalto o apoio de artistas e intelectuais contrários ao processo de impeachment.  A data de hoje marca os 52 anos do golpe militar.

Entre o grupo estava a atriz Letícia Sabatella, a cineasta Anna Muylaert, a cantora Beth Carvalho e o ator Danny Glover, que participou via vídeo.

“Eu gostaria de enviar uma mensagem de amizade aos milhões de brasileiros que celebram a democracia ao invés de miná-la. Vocês não estão sozinhos”, disse o ator norte-americano. “Estamos com você e estamos declarando: Não vai ter golpe”, ressaltou, falando em português.

A atriz Letícia Sabatella lembrou que o encontro só foi possível porque vivemos em um Estado Democrático. “Eu sou oposição ao seu governo, presidenta Dilma, mas eu tenho um contentamento em poder dizer isso na sua frente e poder dizer que eu vivo ainda em um estado que se pretende utopicamente, em exercício neste momento, ser um Estado Democrático. Ou seja, preservando a liberdade”.

 

A sambista Beth Carvalho ressaltou em seu discurso o compromisso com a democracia e falou de sua admiração por Lula.

“Conheci Lula ainda sindicalista, e desde então admiro ele profundamente. Nas décadas de 60, 70 e até 80, muitos outros artistas, principalmente os do samba, andamos por este país levando nossa música como instrumento de conscientização política”, contou.

Segundo ela, os avanços sociais dos últimos anos estão “seriamente ameaçados” e, por isso, a classe artística precisa se levantar e cumprir seu papel na defesa da democracia e da legalidade. “E vai ter luta”, enfatizou.

Em seu discurso, Dilma agradeceu as manifestações de apoio e relembrou o Golpe Militar de 1964. “Há 52 anos, neste exato dia, um golpe militar deu início a uma fase da nossa história marcada pelo desrespeito a direitos humanos, a direitos individuais. E durante um período significativo, nós nos dedicamos a uma luta que abrangeu um período longo da nossa história recente.”

“Nós sofremos as consequências dessa luta. Muitos dos que se insurgiram foram presos, outros foram torturados, outros foram obrigados a deixar o nosso país e outros, inclusive, foram mortos.”

Nesta quinta-feira, estão previstos uma série de protestos contra o impeachment em ao menos 25 capitais e outras 31 cidades brasileiras.