Empresa social ganha força

Existem empresas lucrativas que investem em responsabilidade social com ações isoladas. Há outras -organizações do terceiro setor sem fins lucrativos- que também têm o intuito de promover a inclusão, mas cuja sustentabilidade depende de doação.

São os negócios sociais, cuja atividade central é produzir para solucionar problemas sociais ou ambientais, utilizando mecanismos de mercado e tornando o empreendimento rentável.

“O plano social faz cada vez mais parte da pauta do plano de negócios, em especial nos últimos cinco anos”, afirma Graziella Comini, professora de administração de empresas da USP (Universidade de São Paulo).

Como no caso da iniciativa do engenheiro Fernando Gil, 28, e da sócia, Nathalia Sautchuk, 25, que desenvolveram um aparelho para cegos que identifica notas de dinheiro.

Fundada em 2009, a Auire teve investimento de R$ 20 mil e deve faturar neste ano cerca de R$ 700 mil.

Empresário de São Paulo lucra com entulho da construção civil

Para empresas da construção civil, o descarte do entulho é um problema. É preciso pagar para que o conteúdo das caçambas seja eliminado em aterros. Para o empresário Gilberto Meirelles, 43, esses resíduos dão lucro.

Ele fatura de duas maneiras: no recolhimento do entulho em seus dois aterros em São Paulo e na sua fábrica, a Estação Resgate, de produtos reciclados, que ajudam a abastecer a aquecida indústria da construção civil. Ele produz areia, brita e bica corrida (material utilizado para fazer estradas) a partir do concreto recolhido no entulho.

Foi necessário um investimento de cerca de R$ 2,5 milhões para maquinário e compra do espaço de aterro. Hoje, fatura cerca de R$ 120 mil por mês e fornece selos de qualidade “Eu Reciclo Entulho” a seus fornecedores.
“Um dos desafios é convencer pessoas de que o produto reciclado tem qualidade igual à dos outros”, conta Meirelles.

Ele pretende instalar mais unidades em São Paulo e no restante do país por meio de franquias. “Assim, caminhões percorrem caminhos menores no transporte de entulho e a emissão de CO2 é reduzida.”

** Bruna Borges, Folha de S. Paulo