O que dizem as entidades dos caminhoneiros sobre o fim da greve

Neste domingo, 27, o presidente Michel Temer anunciou a redução de R$ 0,46 no litro do diesel por 60 dias

Paralisação dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro
Créditos: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Paralisação dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro

O G1 ouviu entidades dos caminhoneiros nesta segunda-feira, 28, para saber o posicionamento em relação à greve após novo anúncio do governo. Neste domingo, 27, o presidente Michel Temer anunciou, entre outras medidas, a redução de R$ 0,46 no litro do diesel por 60 dias.

Três das entidades consultadas informaram que aceitaram a proposta do governo para encerrar a greve, que já dura 8 dias. Segundo elas, os grevistas estão sendo comunicados sobre o fim do movimento.

Já outros grupos e lideranças, como a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e o Sindicato Interestadual dos Caminhoneiros Autônomos, não consideram a paralisação encerrada. Ainda há protestos em 24 estados e no Distrito Federal.

De acordo com o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo), não há previsão de quando a paralisação dos caminhoneiros vai acabar, pois são várias lideranças envolvidas no movimento. “São vários líderes. Ouvimos vários desses líderes e, do que ouvimos, elaboramos essa pauta que nós entendemos que atende aos pleitos dos caminheiros e fomos ao máximo do que o governo poderia ceder”, declarou.

Paralisação dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro
Créditos: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Paralisação dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro

Veja o que dizem as lideranças:

Abcam

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) diz que “ainda não houve tempo hábil para que todos os caminhoneiros tomassem conhecimento da decisão tomada. A entidade vem trabalhando para que a informação do acordo chegue em toda a categoria. Vale lembrar que ainda que a entidade se manifeste pelo fim das paralisações, nem todos os manifestantes seguem o mesmo entendimento. Mas acreditamos que até o fim da tarde de hoje a quantidade de caminhões parados tenha sido reduzida de forma significativa”.

No entanto, em entrevista à Rádio Eldorado na manhã desta segunda-feira, 28, o presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, afirmou que o momento agora é de que os caminhoneiros voltem às suas atividades. “Agora o pessoal ainda está dormindo, mas acredito que até o meio-dia tudo estará resolvido”, disse.

Unicam

Ao G1, o presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo Silva, conhecido como China, explicou que muitos caminhoneiros não sabem o que está acontecendo em relação ao acordo. “Continuam parados por falta de comunicação. Mas agora não tem como prosseguir a greve. Vão prorrogar o aumento para 60 dias, o que já é uma grande vantagem. Agora precisa bater com o governo outras metas.”

China disse que agora cabe às entidades fazerem a comunicação para o encerramento da greve. Para ele, a movimentação deve começar a acontecer por volta das 12h desta segunda-feira, 28.

Fetrabens

O assessor da Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens) informou que a entidade e representantes dos demais sindicatos do estado vão se reunir com o governador de São Paulo às 17h “para ver se antecipa o término do protesto ao menos em São Paulo”.

Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA)

A CNTA não trata a paralisação como encerrada, segundo a assessoria.

Confira aqui o posicionamento das outras entidades.

Novo anúncio

O presidente Michel Temer fez um pronunciamento na TV anunciando a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel. O valor será retirado do PIS e da Cofins para garantir que os R$ 0,46 chegue até as bombas. Ele declarou que as medidas foram acordadas com representantes dos caminhoneiros a fim de atender as principais reivindicações da classe e acabar com a greve. 

O preço será mantido por 60 dias, após esse prazo passa a sofre aumentos mensais e não diários, como vinha acontecendo com a Petrobras. O fim da cobrança de pedágio dos eixos suspensos de caminhões vazios também foi prometido por Temer, em rodovias municipais, estaduais e federais.

Uma outra medida provisória será garantir aos autônomos 30% dos fretes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Por fim, garantiu a implementação de uma tabela minima de preço de frete. “As medidas que acabo de anunciar atende praticamente quase todas reivindicações que foram apresentadas”, concluiu o presidente.

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