‘Está aí o motivo por que mulheres devem ficar na cozinha e manter suas bocas fechadas’

Apresentadora chama cobrança de pênalti polêmica de Lionel Messi de "desrespeitosa" e ouve comentários machistas de seguidores; mas ela não deixou barato

Uma apresentadora do programa BT Sport foi submetida a uma série de abusos sexistas no Twitter depois de dar sua opinião sobre um pênalti.

Disseram para Lynsey Hipgrave “está aí o motivo por que mulheres devem ficar na cozinha e manter suas bocas fechadas” depois de a apresentadora rotulá-lo como “desrespeitoso” durante uma cobrança de pênalti para o time do Barcelona. Assista à cobrança:

https://www.youtube.com/watch?v=1M2h0qW910E

Logo após o passe de Messi, o jogador Luis Suarez correu para a bola e marcou contra o Celta de Vigo, mas o movimento raro levou a um debate feroz entre milhões de usuários das mídias sociais.

Quanto às regras do futebol, o Catraca Livre não está tão interessado. A jogada foi legítima, e quer queira, quer não queira, o gol valeu. O problema é o machismo ridículo por trás dos comentários contra Lynsey Hipgrave.

Em tradução livre: “Penso que a cobrança de pênalti do Messi fica cada vez mais desrespeitosa. Deixe o Suarez cobrar o pênalti se você quer tanto ser um bom companheiro em equipe”.

Após seu comentário, uma chuva de xingamentos misóginos e machistas acometeu o Twitter da apresentadora:

reprodução/Twitter

Mas vocês acham que a apresentadora deixou barato? É claro que não. Desacreditando que ela estava em pleno ano de 2016 e ainda teve que ler comentários do tipo, Lyndey foi sutil e certeira, linkando para um homem que falou que “a cozinha estava com saudades dela”:

Se a apresentadora está certa ou errada ao dizer que a atitude de Messi foi “desrespeitosa”, não importa. É a opinião dela, apesar de as regras do futebol permitirem o que foi feito. O que não pode é confundir as coisas. Mandar à mulher “de volta” à cozinha por conta de uma única opinião, é no mínimo machista, para não dizermos ridículo ou tosco. O fato é que a pergunta de Lynsey ao seu seguidor misógino nunca foi tão propícia: “2016?”. Será que é este mesmo o ano em que estamos?