Empresário paga multas de mulheres que usam burkini na França
Segundo empresário francês, de ascendência argelina, a proibição do traje vai "contra a democracia e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, sob todas as formas".
Como forma de atenuar a opressão sofrida por mulheres muçulmanas na França, um empresário islâmico tem oferecido auxílio financeiro para pagar as multas motivadas pelo uso do burkini – traje de banho usado pelas praticantes da religião – atualmente proibido no país. Em entrevista ao Huffington Post, Rachid Neffkaz alegou apenas defender os direitos humanos.
Nascido na França e filho de pais argelinos, Rachid vive atualmente no país africano, onde, inclusive, se candidatou à presidência em 2013. Desde que a proibição foi anunciada na cidade de Cannes, o empresário ressarciu a cobrança de cinco mulheres em apenas um mês. Outros 26 municípios adotaram medidas semelhantes.
Question of the day: How many armed policemen does it take to force a woman to strip in public? pic.twitter.com/AXo1Oi4CmX
— Andrew Stroehlein (@astroehlein) 24 de agosto de 2016
Perseguição religiosa x liberdade de expressão
Com a crescente onda restritiva no país, berço da corrente iluminista, o tema gerou acalorada discussão entre defensores que veem na proibição uma forma de defender as mulheres de eventuais preconceitos; e, do outro lado, opositores que defendem o direito da mulher se vestir como preferir.
Segundo o empresário, qualquer política de proibição é deplorável e vai “contra a democracia e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, sob todas as formas”.
Ele ainda completou: “Eu quero ‘desdramatizar’ a situação”.”Não há escolha que não seja pagar essas multas. Mas essas mulheres estão sofrendo, e o espírito francês de vivre ensemble [conceito de viver harmoniosamente] também sofre”. Confira a matéria na íntegra.