Geraldo Alckmin impõe sigilo de 25 anos a projetos de transportes

Materiais que explicam o andamento das obras na capital paulista só ficarão disponíveis para consulta pública em 2040

06/10/2015 16:47

Aos menos 157 documentos que envolvem obras do transporte metropolitano de São Paulo foram considerados “ultrasigilosos” pelo governador Geraldo Alckmin. Com a decisão, detalhes sobre andamento de assuntos ligados ao metrô, CPTM  e ônibus intermunicipais só serão reabertos à consulta pública daqui a 25 anos.

A censura praticada pelo governo paulista, porém, vai contra a Lei de Acesso à Informação, que desde 2012 permite o acesso de qualquer cidadão brasileiro a documentos e gastos públicos. A restrição foi articulada ainda em 2014, em meio à investigação sobre um cartel de fornecedores e construtoras envolvidas nas obras do metrô e CPTM.

Todos os dias, cerca de quatro milhões de usuários utilizam a malha metroviária da capital paulista
Todos os dias, cerca de quatro milhões de usuários utilizam a malha metroviária da capital paulista - AE

Atrasos e irregularidades

Entre os diferentes projetos vinculados à gestão de Geraldo Alckmin, inúmeros projetos apresentam atraso – a exemplo das obras nas linhas do metrô. Apesar da promessa de expansão da malha metroviária da capital paulista de 100 km até o fim do ano passado, apenas 78 km estão construídos hoje.

Na Zona Leste paulistana, as obras da linha 15-prata, cujo prazo de entrega estava previsto para 2012, foram adiadas para este ano. Entretanto, apenas duas estações estão em circulação nos dias atuais. Detalhes sobre a construção do monotrilho, que foram canceladas por Geraldo Alckmin recentemente,  também fazem parte da série de documentos censurados.

Mal-intencionados

Em resposta ao jornal Folha de S. Paulo, o Palácio dos Bandeirantes afirmou que a medida busca impedir o acesso de pessoas “mal-intencionadas” ou “inabilitadas”.