Globo e Televisa são acusadas de pagar propina por Copas do Mundo

Segundo notícia divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo na noite desta quarta-feira, 15, o delator Alejandro Burzaco disse, em mais um dia de depoimento, que emissora brasileira TV Globo, a mexicana Televisa e a empresa de marketing esportivo, Torneos y Competencias, de sua propriedade, pagaram propina de 15 milhões de dólares ao executivo da FIFA, Julio Humberto Grondona.

Ex-chefe do futebol argentino, Grondona recebeu o valor para garantir às empresas os direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2026 e 2030.

Além dos direitos de TV, o valor garantiria cobertura exclusiva de rádio e internet para os eventos esportivos. Segundo o delator, a quantia teria sido depositada no banco Julius Bär, sediado na Suíça.

Peça-chave como uma das principais testemunhas da acusação no julgamento de José Maria Marin, ex-presidente da CBF que está sendo julgado em Nova York no escândalo de corrupção da Fifa, Burzaco deu detalhes sobre um suposto encontro há quatro anos no hotel Waldorf Hilton, em Londres, onde teria fechado o acordo.

Na mesma ocasião, Burzaco alega ter encontrado Marin, Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF, e executivos da americana Fox Sports que buscavam “ampliar suas operações no Brasil e ter laços mais estreitos com o futebol”.

Segundo o delator, Marin e Del Nero reclamaram do atraso em seus pagamentos de propina relativos à Copa Libertadores da América e a Copa Sul-Americano daquele ano. No encontro, também entraram em pauta pagamentos pendentes de US$ 2 milhões e US$ 3 milhões, ligados  a negociações de direitos de transmissão de campeonatos.

Em emails apresentados pelos promotores americanos, Burzaco discute os detalhes do pagamento, que teria que ser realizado às pressas dada a “irritação e insatisfação” dos cartolas brasileiros identificados juntos como “brasilero” em alguns dos e-mails. Confira a matéria completa no site da Folha de S. Paulo.