Jornalista é identificado como “gay” em pacote enviado por assessoria de imprensa

O pacote endereçado ao jornalista continha os dizeres "Colunista (Gay) filho de Scarlet Moon"

Nesta semana, entrou em vigor no Rio de Janeiro a Lei nº 7041 que determina a punição a agentes públicos e estabelecimentos comerciais por discriminação de preconceito de sexo ou orientação sexual. Sancionada pelo governador Luiz Fernando Pezão, a infração pode custar multa de até R$ 60 mill. E não demorou muito para que a nova lei pudesse ser colocada na prática.

Passou a viralizar nas redes sociais uma denúncia feita pelo jornalista Christovam de Chevalier, autor da coluna “Parada Obrigatória”, do jornal O Globo. O episódio de discriminação aconteceu por meio de um pacote endereçado a ele com os dizeres.“Colunista (Gay) filho de Scarlet Moon”, enviado à redação por uma empresa de assessoria de imprensa. Ao saber do conteúdo da material, Christovam afirmou que registrará um boletim de ocorrência e entrará na Justiça conta a empresa responsável.

Segundo a empresa responsável, o episódio representa um caso isolado que não condiz com a política da empresa. A pessoa responsável pela discriminação foi desligada da assessoria
Segundo a empresa responsável, o episódio representa um caso isolado que não condiz com a política da empresa. A pessoa responsável pela discriminação foi desligada da assessoria

Pelo Facebook, o jornalista comentou o caso. “O que me enoja na referida etiqueta é ver que o nome da minha mãe, já falecida e de quem tenho também muito orgulho, foi também inserido como aposto. SIM, sou GAY e filho da Scarlet Moon. Mas será que esse aposto fará diferença para as pessoas em cujas mãos esse envelope passou?”. E ainda completou. “Bom, o caso já está com o advogado Ricardo Brajterman e com Raquel Castro, presidente da Comissão de Direitos Homoafetivos da OAB. Não sou de brigar, mas não vejo outra forma de me fazer respeitar, honrar minha dignidade e, sobretudo, a memória da minha mãe. Se eu me acovardar, só vou colaborar para o crescimento já gritante do desrespeito às diferenças nesta cidade e neste país”.