Marcha Nacional das Mulheres Negras sai às ruas de Brasília por igualdade de direitos

Ato que acontece nesta quarta-feira, 18 de novembro, terá participação das ativistas norte-americanas, Angela Davis e Bel Hooks

Nesta quarta-feira, 18 de novembro, acontece em Brasília a Marcha Nacional das Mulheres Negras contra o Racismo e Violência pelo Bem Viver, que sairá às ruas por cidadania e direitos, ante a luta contra o racismo, machismo, pobreza, desigualdade social e econômica, levantando, sobretudo, a bandeira pela sua própria sobrevivência. As atividades tem início a partir das 9h, no Ginásio Nilson Nelson, e devem reunir cerca de 20 mil mulheres de todos os estados e regiões do país.

[Policial é preso por atirar contra Marcha das Mulheres Negras – atualizado às 16h13]

Um policial civil foi preso por ter atirado pra contra a 1ª Marcha das Mulheres Negras que acontece nesta quarta-feira (18), em Brasília. O oficial, que está acampando em frente ao Congresso, faz parte do grupo que defende o impeachment de Dilma e a volta dos militares ao poder.

O encontro tem como proposta discutir a participação da mulher negra na sociedade atual, além de reverenciar o legado de suas antepassadas, ao questionar temas como sua participação no mercado de trabalho. Combatividade à violência racial e suas inúmeras consequências, além do genocídio da população negra também farão parte das pautas de reivindicações apresentadas.

A antropóloga, educadora e feminista mineira, Lélia Gonzales, será uma das homenageadas pela marcha
A antropóloga, educadora e feminista mineira, Lélia Gonzales, será uma das homenageadas pela marcha

Dilma, Hooks e Davis 

Antes de sair às ruas nesta quarta-feira, outra série de atividades ocorreram durante a semana com palestras, oficinas, rodas de debate. Além da marcha que encerra o encontro, está previsto para hoje uma sessão conjunta do Senado e da Câmara Federal e participação da presidenta Dilma Rousseff.

Participam ainda personalidades e lideranças políticas envolvidas na luta racial, como a diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Nguka, além das ativistas norte-americanas Angela Davis e Bell Hooks, protagonista do emblemático movimento dos Panteras Negras.

 De 2011 pra cá 

Os primeiros esforços pela realização da Marcha surgiram durante o Encontro Paralelo da Sociedade Civil para o Afro XXI, realizado em 2011, em Salvador, capital do estado da Bahia. A partir daí, mulheres negras e do movimento social de mulheres negras deram início às mobilizações para a Marcha. Desde então, foram realizadas diversas ações entre debates, oficinas, passeatas, eventos formativos, articulações em âmbito local, regional, nacional e internacional. Leia o manifesto que explicita os objetivos da marcha.