Metrô terá de pagar pensão a mulher de ambulante morto em estação

Segundo o juiz que avaliou o caso, a homofobia no país é uma 'verdadeira epidemia'

O Metrô de São Paulo terá de pagar pensão mensal de R$ 2.232,54 à mulher de Luiz Carlos Ruas, o ambulante que foi espancado até a morte por dois homens na estação Pedro 2º ao tentar defender travestis. A decisão é liminar e foi tomada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Alípio Santos e Ricardo Martins, que estão presos após morte de ambulante

O juiz André Augusto Salvador Bezerra estipulou o valor a partir do correspondente ao rendimento médio do ambulante, segundo suas declarações de renda, e já deve ser pago a partir deste mês. Cabe recurso da decisão. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.

O Metrô se tornou réu porque, para o magistrado, como a morte ocorreu em uma estação da companhia, a responsabilidade pela segurança cabe a ela e que, por ora, o que se tem nos autos é a “nóticia de uma falha na própria segurança oferecida”.

Para o juiz, a homofobia no país é uma “verdadeira epidemia”. “Ao que parece, fato que melhor será apreciado ao longo do processo, o falecido teve a coragem e, por isso, morreu, de enfrentar uma manifestação de verdadeira epidemia no Brasil: a homofobia”, afirmou.

O Metrô afimou ao “Estado” que vai se manifestar “após tomar conhecimento sobre o conteúdo da liminar”.

Os dois homens que confessaram ter matado Ruas, Ricardo Martins do Nascimento e Alípio Rogério Belo dos Santos, estão presos.

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