Miriam Leitão diz que foi hostilizada por militantes do PT em voo

A jornalista e comentarista da GloboNews Miriam Leitão relatou que foi hostilizada por militantes do PT dentro de aeronave da Avianca

A jornalista Miriam Leitão

A jornalista Miriam Leitão afirmou nesta terça-feira, 13, que foi alvo de intolerância por parte de militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) durante um voo da companhia Avianca.

Ela diz que foi hostilizada por eles desde antes de entrar no avião e, principalmente, durante o voo, e que as agressões verbais quase se transformaram em físicas.

“Sofri um ataque de violência verbal por parte de delegados do PT dentro de um voo. Foram duas horas de gritos, xingamentos, palavras de ordem contra mim e contra a TV Globo. Não eram jovens militantes, eram homens e mulheres representantes partidários. Alguns já em seus cinquenta anos. Fui ameaçada, tive meu nome achincalhado e fui acusada de ter defendido posições que não defendo”, afirma um texto de Miriam publicado em sua coluna no jornal O Globo.

Ela, que também é comentarista política do canal GloboNews, diz que o caso aconteceu no último dia 3, em um voo que saiu de Brasília rumo ao Rio de Janeiro.

No mesmo dia, houve um Congresso do PT na capital federal, e um grupo de pessoas que estava no evento começou, no portão de embarque, a xingá-la, segundo o relato.

Em seguida, a hostilidade continuou. “Fui uma das primeiras a entrar no avião e me sentei na 15C. Logo depois eles entraram e começaram as hostilidades antes mesmo de sentarem. Por coincidência, estavam todos, talvez uns 20, em cadeiras próximas de mim. Alguns à minha frente, outros do lado, outros atrás. Alguns mais silenciosos me dirigiram olhares de ódio ou risos debochados, outros lançavam ofensas. ‘Terrorista, terrorista’, gritaram alguns.

Ela diz que uma comissária de bordo a instruiu a mudar de assento, a convite do comandante. A jornalista recusou.

Miriam segue relatando que, durante todo o voo, o piloto não interveio para amenizar a situação e que durante todo o trajeto ouviu xingamentos.

‘Quando me levantei, um deles, no corredor, me apontou o dedo xingando em altos brados. Passei entre eles no saguão do aeroporto debaixo do coro ofensivo”.

Ela diz também que é apenas uma jornalista e que seguirá fazendo o seu trabalho.

Respostas

A Avianca se pronunciou por meio de sua assessoria de imprensa: “a presença da Polícia Federal foi solicitada na aeronave que fazia o voo 6327 (Brasília – Rio de Janeiro/Santos-Dumont), no dia 3, após a tripulação detectar um tumulto a bordo que poderia atentar à segurança operacional e à integridade dos passageiros. O procedimento objetivo seguido pelo comandante, no estrito cumprimento de suas funções, seguiu a praxe do setor para esses casos”.

A companhia também reforçou que “repudia veementemente qualquer ação que viole os direitos dos cidadãos”.

O partido comentou o caso em nota oficial publicada na tarde de hoje, assinada pela presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffman: “o Partido dos Trabalhadores lamenta o constrangimento sofrido pela jornalista Miriam Leitão no voo entre Brasília e o Rio de Janeiro no último dia 3 de junho, conforme relatado por ela em sua coluna de hoje. Orientamos nossa militância a não realizar manifestações políticas em locais impróprios e a não agredir qualquer pessoa por suas posições políticas, ideológicas ou por qualquer outro motivo, como confundi-las com as empresas para as quais trabalhem”.

O texto diz ainda que este comportamento nada acrescenta ao debate democrático e que petistas também já sofreram com algo semelhante.

“Não podemos, entretanto, deixar de ressaltar que a Rede Globo, empresa para a qual trabalha a jornalista Miriam Leitão, é, em grande medida, responsável pelo clima de radicalização e até de ódio por que passa o Brasil, e em nada tem contribuído para amenizar esse clima do qual é partícipe. O PT não fará com a Globo o que a Globo faz com o PT”, finaliza a nota.

*Texto atualizado às 14h58

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