Morador de rua salva a vida de Princesa após a Rainha falecer

Por: Felippe Canale

Quem passa pela avenida Paulista já deve ter visto o Max e a sua amiga Princesa caminhando pela região.

Ele ganha a vida recolhendo latinhas pelas ruas e ela lhe faz companhia no dia-a-dia. “O mundo já está muito poluído, pelo menos eu ajudo a reciclar as latas de cerveja que todo mundo bebe e vai voltar a beber”, disse ele dando risada enquanto ganhava uma lambida carinhosa.

A Princesa parece curtir ser carregada em cima do carrinho. Tem até um cobertor só pra ela![/img]

“Rapaz, você sabe que bastante gente para pra brincar com a Princesa e aí acaba conversando comigo também, né! Ela virou a minha família e me ajuda até a me comunicar com as pessoas. Tem muita gente que tem preconceito e acha que todo morador de rua é usuário de droga e de crack. Esse é um pensamento meio idiota, não pode generalizar. Tem tanto rico de terno e gravata andando aqui na Paulista que também usa droga, mas ninguém diz. O meu vício, por exemplo, é cuidar bem da minha Princesa”.

size-full wp-image-1176054
A Princesa tem 2 anos de idade e a sua mãe se chamava Rainha[/img]

“Teve um noite em que eu tava dormindo perto da Praça da Sé, aí começou uma chuva forte. Eu fui pra debaixo de um toldo e a Rainha chegou toda molhada. Rainha era a mãe da Princesa! Ela teve uma convulsão e não pude largar ela ali. Cuidei, dei água, arranjei comida e no dia seguinte até no veterinário eu consegui levar. O doutor nem me cobrou nada”.

 

“Uns dias depois a Rainha apareceu grávida e teve outra convulsão durante o parto. Ela acabou morrendo, mas eu consegui salvar as duas filhotinhas, a Princesa e a Duquesa. Elas nasceram bem fraquinhas, mas eu fiz de tudo pra cuidar bem delas. Depois que elas cresceram um pouco, me roubaram a Duquesa enquanto eu dormia. Agora, ficou só a Princesa e eu”.

O Max está sempre andando pela avenida Paulista e também pela região central de São Paulo. Se alguém o encontrar por aí junto com a Princesa, mostre esta matéria pra ele no celular. Eu prometi fazer o mesmo caso o encontrasse novamente :)

Por Felippe Canale

Jornalista parceiro da Catraca Livre