O olhar colorido de um fotógrafo

Neste final de ano, o Catraca Livre selecionou para você, leitor, as personagens que mais se detacaram em 2009. Nesta edição, leia a história o fotógrafo Léo Burgos, 25.

Por: Keila Baraçal
Auto-retrato
Auto-retrato

Multifacetado, Leonardo Burgos, 25, não para de descobrir assuntos e imagens na cidade de São Paulo.  Jornalista e fotógrafo, ele tem o seguinte plano: escolher pontos significativos da cidade, pegar imagens antigas destes mesmos lugares e clicar. É uma espécie de comparação para tentar observar, através das imagens, a evolução da capital.  Léo, como prefere ser chamado, já tem finalizado um livro – fruto de seu Trabalho de Conclusão de Curso, na Universidade São Marcos – sobre o Parque da Luz. A obra “Museu Aberto” foi feita em parceria com Marina Bredley.

Para o início da produção do TCC, ele descobriu que no Parque da Luz há uma série de esculturas interessantes ( Victor Brecheret tem obras lá.). “Elas fazem parte do acervo da Pinacoteca do Estado, mas o Parque é da Prefeitura. Como são de administrações diferentes, não tem ninguém pra falar sobre elas”, lamenta.

Resultado

Se, antes de fazer o trabalho, Léo tinha medo e circular pelo centro – por conta da Cracolândia, por exemplo – hoje, ele faz convites para que os amigos conheçam a região.  Em termos práticos, o trabalho gerou mil imagens – 51 editadas no livro. Todas as esculturas foram catalogadas, de modo que quem teve oportunidade o livro dele pode se guiar e ter as informações básicas de cada obra de arte.  Léo quer, agora, procurar uma editora para reproduzir seu livro. “Estou correndo atrás das editoras”, disse.

fotos: Léo Burgos
"As esculturas estão lá para  enfeitar"
"As esculturas estão lá para enfeitar"

Além disso, Léo gosta de dar cores às fotos que faz em São Paulo. Ele acredita que a cidade pode ser vista de outras cores e formas. “Não o básico que a gente já vê todos os dias, mas uma cidade colorida que estimula novos olhares, novos detalhes e novas formas de pensar”. Inspirado no movimento Pop Art de Andy Warhol,  criou o projeto Arte na Cidade, em que o Copan já ganhou novos tons.

 "O céu de São Paulo não é cor-de-rosa,  mas para mim pode ser"
"O céu de São Paulo não é cor-de-rosa, mas para mim pode ser"

O fotógrafo conhece bem a cidade em que vive. Faz viagens diárias para sair de casa, no bairro do Sapopemba (zona leste)  para chegar em seu trabalho, na Freguesia do Ó (zona norte).  E é por esses caminhos que acaba registrando, com sua inseparável máquina fotográfica, cenas tipicamente paulistanas. Cenas de excesso de passageiros nas estações de metrô não são exceções nas suas lentes.

Veja outras fotos clicadas por Léo Burgos

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