O Olhar de Veteranos à procura de São Paulo para os Jovens

Lançado pela Cosac Naif e Sesc SP a coleção Ópera Urbana traz quatro volumes para pensar São Paulo e construir, de forma colaborativa, a cidade

Por: Catraca Livre

Falar de uma metrópole e, com isso, traçar um novo olhar para ela e para seus espaços urbanos.  Essa é a proposta da coleção multimídia “Ópera Urbana”, lançada recentemente pela editora Cosac Naif e o Sesc SP.

A coleção leva o nome de “Ópera Urbana” por se utilizar de libretos na parte interna de cada volume, espécie de mini-guias sobre a cidade com informações variadas de fotografias, referências cinematográficas e literárias, além de sites e roteiros de passeios.  O que pretendem os idealizadores é que o libreto seja material de apoio a ser utilizado por professores durante a aula.

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Volumes da coleção Ópera Urbana
Volumes da coleção Ópera Urbana

O projeto  teve início em 2003, quando os organizadores Heloísa Prieto, Augusto Massi e Daniel Kondo resolveram criar uma coleção de livros voltada ao adolescente de grandes metrópoles.  Para Massi, a coleção conversa com o jovem envolto a questões proibitivas da idade como o de não poder ficar na rua, ou de não ter dinheiro para ir ao cinema. “O adolescente se apropria muito pouco da cidade”, comenta.

Para isso, a comissão organizadora se debruçou sobre uma São Paulo que fosse comum a eles e que ao mesmo tempo fosse descoberta durante a execução do projeto. Os primeiros quatro volumes falam sobre a cidade de São Paulo e destacam pontos e espaços universais a qualquer metrópole como o cemitério, por exemplo.

Coleções que dialogam

Chamado de Cidade dos Deitados, o volume respeita a clássica ordem de estrutura de um livro começo, meio e fim. O livro envolve uma tribo gótica e uma adolescente que foge de uma festa sem graça e vai parar no cemitério.

A segunda edição Montanha Russa foi escrita por Fernando Bonassi e procura traçar um paralelo de gerações através da relação entre pai e filho num parque de diversão. Com ilustrações de Jan Limpens, que lembram os traços de Hergé para Tintim.

Em Surfando na Marquise, de Paulo Bloise  o parque Ibirapuera é quem conta a história, que passa no dia do aniversário da cidade, 25 de janeiro. Ideias para um conto passam pela cabeça do narrador.  Paulo Bloise, é mestre em psiquiatria pela UNIFESP, responsável pela fundação do Ambulatório de Crise Psiquiátrica e o Núcleo de Integração Mente-Corpo, o Anthropos e  frequentador assíduo,  já foi confundido como funcionário do parque.

Av. Paulista, de Carla Caffé é um convite informal para o leitor caminhar pela maior Avenida de São Paulo, a Paulista.  Arrojado, é mais um livro de imagens observadas pela autora nos três quilômetros da avenida. “A ideia é que as pessoas, através da realidade, possam imaginar novas possibilidades”, comenta.

Um Livro que escapa ao livro

De caráter multimídia, a coleção permite que  o usuário encaminhe conteúdos colaborativos para alimentar a coleção, e possibilita que esse eduque o olhar e descubra a cidade através dele. O conteúdo da coleção é atraente também ao professor quando oferecido como ferramenta pedagógica. “Nós jogamos a informação e o professor constrói o debate”, enfatiza Massi.

Massi se entusiasma ao pensar  que o espaço público possa ser o local de encontro entre o professor e o aluno e que através dele possa ser estabelecida uma relação de mais igualdade.

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Para acessar o projeto Ópera Urbana clique