Ouro Preto receberá primeira Casa Brasileira de Refúgio para escritores estrangeiros perseguidos

Projeto levará experiência para Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo

No século 18, a cidade de Ouro Preto em Minas Gerais foi berço de um dos mais importantes movimentos de libertação da Coroa Portuguesa, com a Inconfidência Mineira. Em 2015, a cidade histórica vai acolher escritores estrangeiros perseguidos em seus países de origem, com a construção da primeira Casa Brasileira de Refúgio (CABRA).

O projeto foi idealizado pela Universidade Federal de Ouro Preto, PEN Clube e a ICORN (Rede internacional de Cidades de Refúgio).
Desenvolvido desde o início deste ano pela professora Sylvie Debs, que dá aula de literatura brasileira na Universidade de Estrarburgo e o escritor Cláudio Aguiar.

A casa deve dar início às atividades no segundo semestre de 2015, onde o escritor escolhido viverá em uma residência destinada a professores visitantes da universidade. Para participar do programa, são considerados o trabalho de poetas, jornalistas, dramaturgos, roteiristas, blogueiros, quadrinistas, que por consequência de seu trabalho, estão condenados à prisão ou sob ameaça de morte, sequestro ou qualquer tipo de agressão; além de estar impossibilitado de se expressar livremente.

Por um mundo livre

Anterior ao surgimento do conceito de cidades-refúgio,em 1993 foi criado o Parlamento Internacional dos Escritores na cidade de Estrasburgo, na França. O movimento surgiu em respostas à morte do escritor Tahar Djaout, assassinado por um grupo radical islâmico na Argélia e à sentença de morte contra o escritor anglo-indiano Salman Rushdie, em 1989, após a publicação do livro “Os versos satânicos”.

No Brasil

Entre os diversos autores que serão recebidos pela Casa Brasileira de Refúgio, o dramaturgo, poeta e romancista Koulsy Lamko é um deles. Nascido na Chade (África) e hoje residente no México, o artista deixou seu país de origem após ser perseguido por motivações religiosas. Confira a obra do autor: