PM consultou dados de jovens na noite em que foram assassinados

Com informações da Ponte Jornalismo 

Matéria divulgada pela Ponte Jornalismo na tarde desta segunda-feira, 7, indica que policiais militares consultaram os dados de dois dos cinco jovens que desapareceram na zona leste de São Paulo, no último dia 21 de outubro.

Os corpos foram encontrados no domingo, 6, em um matagal na Estrada Taquarussu, em Mogi das Cruzes (Grande SP). Ainda de acordo com a notícia, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação, interroga os PMs que fizeram a consulta.

Quatro dos cinco jovens desaparecidos no último dia 21 de outubro, em São Paulo

Suspeita de emboscada

César Augusto Gomes Silva, 19 anos, Jonathan Moreira Ferreira e Caique Henrique Machado Silva, ambos de 18, Robson Fernando Donato de Paula, 16, e Jonas Ferreira Januário, 30, deixaram o bairro Jardim Rodolfo Pirani, na zona leste da capital paulista, para irem a uma festa em Ribeirão Pires, no ABC, na noite do dia 21.

Ocupavam um Volkswagen Santana verde, encontrado dias depois às margens do rodoanel Governador Mario Covas, na Grande São Paulo. Familiares dos jovens acreditam que não havia festa alguma em Ribeirão Pires, mas sim uma emboscada para pegar os meninos. Segundo testemunhas, as garotas que, supostamente, convidaram os jovens para a festa, via Facebook, sumiram das redes sociais após o desaparecimento.

“Os polícia tá me esculachando”

Quase vinte dias desde que foram considerados desaparecidos, a suspeita de participação da polícia surgiu porque Jonathan, um dos desaparecidos, enviou áudio para uma amiga relatando a abordagem policial. “Ei, tio. Acabo de tomar um enquadro ali. Os polícia tá me esculachando”, dizia a mensagem.

Além da mensagem de Jonathan, outro indício de envolvimento de policiais: no local onde os corpos foram achados, enterrados em uma ribanceira, a Polícia Civil encontrou cápsulas de munição .40, de uso exclusivo da polícia, e de escopeta calibre 12.

Segundo o ouvidor das polícias, Júlio César Fernandes Neves, os corpos encontrados em Mogi estavam “irreconhecíveis” por causa do estado avançado de decomposição, mas dois deles apresentavam próteses que combinavam com as características dos meninos da zona leste. “Tenho certeza de que são os corpos dos jovens desaparecidos”, afirmou o ouvidor à Ponte Jornalismo. “Um dos corpos tinha uma prótese na tíbia, e a mãe do Caique me confirmou que ele tinha essa prótese.”

Outro corpo possuía uma prótese na coluna vertebral e usava uma fralda geriátrica, o que poderia indicar que se trata de Robson, que é cadeirante. Ele estava sem cabeça, mas, segundo o ouvidor, tanto pode ter sido decapitado como atacado por algum animal. Para Neves, “ainda é cedo para dizer se há envolvimento da polícia no crime”. Confira a matéria completa no site da Ponte Jornalismo.