Prédio não tinha segurança contra incêndio, aponta relatório

O documento foi obtido com exclusividade pela TV Globo

Prédio de 24 andares desaba após incêndio no Largo do Paissandu, em São Paulo
Créditos: Paulo Pinto
Prédio de 24 andares desaba após incêndio no Largo do Paissandu, em São Paulo

Um relatório da Prefeitura de São Paulo, obtido com exclusividade pela TV Globo, mostrou que o prédio que desabou no Largo do Paissandu, centro da cidade, não tinha condições mínimas de segurança contra incêndio. O documento foi finalizado pela Secretaria Municipal de Licenciamento em 26 de janeiro de 2017.

prédio de 26 andares ardeu em chamas e desmoronou na madrugada desta terça-feira, 1º de maio. O edifício, que era uma antiga sede da Polícia Federal, estava ocupado por 372 pessoas e 146 famílias, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

O relatório indicou as seguintes falhas: ausência de extintores, mangueiras, luzes de emergências, sistema de alarme e corrimões nas escadas; sistema de hidrantes inoperante; instalações elétricas irregulares: fios sem isolamento adequado e expostos, além entrada de energia improvisada; elevadores inoperantes e fechados por tapumes. Já as instalações do sistema de para-raios não puderam ser avaliadas, pois o acesso estava bloqueado.

Bombeiros trabalham nos escombros do edificio que desabou no centro
Bombeiros trabalham nos escombros do edificio que desabou no centro

Em outro documento de março deste ano, o Ministério Público recomendou o arquivamento do relatório e informou que a Defesa Civil vistoriou o imóvel, sem encontrar riscos estruturais. No entanto, declarou que a instalação elétrica estava em desacordo com as normas aplicáveis, assim como o sistema de combate a incêndio.

Os bombeiros também vistoriaram o prédio e encontraram problemas nas instalações elétricas, além de muito lixo espalhado pelos andares e no fosso dos elevadores.

O boletim de ocorrência aberto nesta quarta-feira, dia 2, tem apenas o depoimentos dos policiais militares que ajudaram a combater o incêndio. A suspeita é que tenha sido um acidente doméstico, mas a investigação vai ouvir as pessoas que estavam no local.

A coleta de vestígios pelos peritos da Polícia Técnico-Científica vai começar depois que os bombeiros liberarem o local. Isso só deve ocorrer quando houver a certeza de que não há vítimas embaixo da montanha de entulho.

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