Ranking lista intimidade sexual de estudantes em universidade paulista

Com informações do portal G1

Em março deste ano foi instaurada a CPI de Violação de Direitos Humanos das Universidades Estaduais Paulistas, que buscava revelar casos de abusos e excessos cometidos por estudantes em instituições de ensino na capital, interior e litoral de São Paulo. A apuração revelou inúmeros relatos de abuso sexual, trotes violentos, humilhações públicas, agressões, entre outras formas de violação.

Apesar disso, recentemente foi revelado novo caso de abuso dentro de uma universidade paulista. Outra vez na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), campus da USP em Piracicaba. Um cartaz, que divulgava o ranking da vida sexual de alunas da instituição, foi colocado no pátio onde circulam dezenas de estudantes diariamente. O conteúdo gerou a revolta de outros estudantes, que em protesto, passaram a se manifestar contra o ranking pelos muros da unidade. Em nota, a universidade afirmou que irá apurar o caso.

Além das estudantes citadas, lista também menciona alunos homossexuais

O cartaz

Dividido em colunas nomeadas por termos como “teta preta”, as características físicas das estudantes eram listadas pelos apelidos das alunas, além de destacar o número de parceiros sexuais das estudantes citadas na lista.

Revolta

Em resposta ao ranking avaliativo, a aluna Élice Natalia Botelho, de 22 anos, manifestou repúdio sobre o abuso por meio de um texto publicado em uma rede social. Confira trecho do texto: “Percebi que os níveis de machismo, lgbtfobia e racismo da Esalq não param de piorar. (…) Pensei que a CPI de Violação de Direitos Humanos das Universidades Estaduais Paulistas tivesse alertado as pessoas, mas a prova [cartaz com o ranking] mostra que, na verdade, tem gente que está no caminho oposto”.

Ainda de acordo com a estudante, um grupo de mulheres passou a espalhar cartazes de repúdio ao material exposto, mas acabaram retirados do Centro de Vivência. “Foram arrancados por alguém que se incomodou e, após isso ter ocorrido, elas voltaram a fazer mais cartazes”, afirmou.

Em entrevista ao portal G1, a instituição afirmou por meio da sua assessoria de imprensa: “A direção do campus tomou ciência, por meio de informação do Portal G1, da existência de material que foi exposto no mural do Centro de Vivência e encaminhará o material para apreciação de uma comissão sindicante, cumprindo trâmite regular”.