Rapper angolano em greve de fome há 32 dias recebe apoio mundial

Luaty Beirão está preso com outros 14 ativistas há quatro meses em Luanda, acusados de armar um golpe de Estado

O rapper angolano está em greve de fome há 32 dias e preso com outros 14 ativistas em Luanda. Sua atitude representa a força do movimento de contestação ao governo do presidente José Eduardo dos Santos, que está no poder desde 1979. Beirão tem recebido apoio mundial, com cartazes, faixas e muros em muitos países.

As manifestações pela liberdade dos prisioneiros, acusados de armar um golpe de Estado, chamam atenção para a repressão política em Angola. Em novembro, o país celebra seus 40 anos de independência. Os protestos já chegaram a Portugal e, desde a semana passada, vigílias organizadas pela Anistia Internacional Portugal reúnem centenas de pessoas.

O caso tem gerado manifestações em todo o mundo

Uma petição mundial da ‘Amnesty Internacional’, direcionada ao Ministro de Direitos Humanos e Procurador Geral de Angola, pede a libertação imediata dos ativistas. O documento já tem mais de 35 mil assinaturas. No Brasil, houve pouca repercussão sobre esses casos. Apenas foi escrita uma petição da Anistia Internacional e houve reações individuais de artistas e políticos.

Entenda o caso

Os ativistas foram presos em Luanda no dia 20 de junho. Eles discutiam o livro “Da ditadura à democracia”, do cientista político americano Gene Sharp. Nesta semana, a editora portuguesa ‘Tinta da China’ anunciou que lançará a primeira tradução do livro em Portugal. O autor doou os direitos autorais à causa dos prisioneiros.

Com a falta de informações oficiais sobre o processo, a pressão da população aumentou em Angola. A greve de fome de Luaty, internado em um hospital-prisão em Luanda, gerou enorme repercussão. Após meses de silêncio, as autoridades anunciaram nesta semana o julgamento para o dia 16 de novembro.