Soldado diz que sofre tortura e homofobia da PM no litoral de SP

Na profissão há 9 anos, Costa contou que desde o início de 2016 começou a sofrer represálias

O soldado Adriell Rodrigues Alves Costa, 35, gravou um vídeo em que denuncia ser vítima de assédio moral, tortura física e psicológica por ser homossexual. Tudo isso acontecia dentro do 39º Batalhão da Polícia Militar, em São Vicente, no litoral de São Paulo. As informações são do “G1“.

Soldado reclama em vídeo que sofre com assédio moral e torturas

Na gravação, ele diz temer pela própria vida, já que fez denúncias e nada mudou. “Se algo acontecer com a minha vida, com a minha integridade física, a responsabilidade é do comandante do batalhão, da Polícia Militar e do Estado, que nada fizeram para apurar as minhas denúncias. Fui torturado dentro desse batalhão. Torturas físicas e psicológicas”, conta ele no vídeo.

Na profissão há 9 anos, Costa explicou que desde o início de 2016 começou a sofrer represálias. “Fui mal recepcionado pelo comandante de batalhão. Ele me disse que eu era um peso morto, que não servia para a unidade, porque já vinha com restrições de ordem médica”, disse, por ter sido atropelado em 2011 e com lesões nas mãos passou a atuar em funções administrativas.

O 6º Comando do Policiamento do Interior, responsável pelo litoral, retirou as restrições de Costa e desde então ele passou a fazer serviços em obras, carregar latas e madeira, além de entulho. Com dor, a situação foi se agravando e ele foi até impedido de usar os computadores no batalhão para que não registrasse nenhum documento.

Costa também foi perseguido por sua orientação sexual. “Eu escutei de um cabo que eu tinha que ‘virar homem’. Ele me disse: ‘Você não é homem. Você não está agindo como um homem.’ Decididamente, um inferno começou na minha vida quando vim para a Baixada [Santista]”. Depois de registrar denúncias e pedidos de ajuda dentro do batalhão, procurar o comando do CPI e respaldo da PM pela corregedoria, nada funcionou. Costa pede para que seja transferido de unidade.

Em nota ao “G1”, a Secretaria de Segurança Pública disse que a Polícia Militar “está prestando o apoio necessário ao policial que aparece no citado vídeo” e que as medidas estão sendo tomadas.

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