Uber investiga denúncias de assédio sexual dentro da empresa

Neste domingo, dia 19, Susan J. Fowler, uma ex-engenheira da Uber, publicou um desabafo na internet alegando por que decidiu deixar seu posto na companhia.

No texto, ela diz que pediu demissão por motivos que envolvem assédio sexual e moral dentro da empresa. Susan trabalhou no local entre novembro de 2015 e dezembro de 2016.

A ex-funcionária afirma ter sofrido assédio de um superior desde o primeiro dia na função, quando começou a receber mensagens abusivas de um gerente local. Ele dizia que estava em um relacionamento aberto, mas não conseguia arrumar parceiras com a mesma facilidade que sua namorada. “Estava claro que ele estava tentando me convencer a fazer sexo com ele”, escreveu.

Ex-funcionária diz ter sido vítima de assédio sexual

Susan fez capturas de tela da conversa e enviou uma reclamação ao departamento de recursos humanos da Uber. No entanto, a empresa disse que não poderia fazer nada a respeito e o rapaz não foi punido.

O relato conta ainda como o RH e os gerentes defendiam assediadores que tinham desempenho positivo na empresa. Ao comentar o caso com outras mulheres, ela descobriu que haviam acontecido outros assédios semelhantes, inclusive seu próprio gerente já tinha sido denunciado.

Um gerente chegou a dizer que ela poderia ser demitida se continuasse a fazer denúncias ao RH. “No meu último dia na Uber, calculei a porcentagem de mulheres que ainda estava na [minha] organização. De mais de 150 engenheiros nas equipes, apenas 3% eram mulheres”, ressaltou.

Repercussão

Diante do relato, o CEO da Uber, Travis Kalanick, disse no Twitter que as situações descritas por Susan destoam do que a empresa acredita. “Qualquer um que se comporte desse jeito ou pensa que isso é OK será demitido”, garantiu. Ele disse ainda que será realizada uma “investigação urgente” para resolver o caso.