Violência contra a mulher: triplo feminicídio revolta a Argentina

Um homem de 30 anos assassinou sua ex-companheira, a irmã dela e a avó das duas em Mendoza

Mais um caso de feminicídio revoltou as mulheres na Argentina. Após protestos contra o machismo tomarem as ruas da América Latina e Espanha, um homem de 30 anos assassinou sua ex-companheira, a irmã dela e a avó das duas em Godoy Cruz, bairro em Mendoza, 1,1 mil quilômetros a oeste de Buenos Aires. O agressor também feriu uma bebê de 7 meses e um menino de 11 anos.

De acordo com a polícia local, o suspeito do crime já foi preso. O ministro da Segurança de Mendoza, Gianni Venier, afirmou que o homem “também deixou o gás da casa aberto e uma vela acesa” para causar uma explosão. O detido é um professor de artes marciais que tinha um relacionamento com uma das vítimas, uma mulher de 30 anos.

O movimento foi criado em resposta ao estupro brutal da adolescente Lucía Pérez
O movimento foi criado em resposta ao estupro brutal da adolescente Lucía Pérez

As outras vítimas tinham 45 e 80 anos. O bebê e o menino permanecem em estado grave, disse o diretor do hospital pediátrico de Mendoza, Raúl Rufeil em entrevista à emissora C5N.

No momento do crime, o menino de 11 anos conseguiu pedir ajuda por telefone a outro parente, que comunicou as autoridades e se escondeu no porta malas de um carro. O homem foi preso nas imediações do hospital local. Até agora não está clara qual a relação entre o agressor e os menores feridos.

Protestos

Na última quarta-feira, dia 19 de outubro, milhares de argentinas foram às ruas protestar contra o feminicídio. A manifestação “Ni una menos” também promoveu a primeira greve nacional das mulheres pelo fim da violência de gênero.

A greve e a marcha foram organizadas em resposta ao brutal estupro e assassinato de Lucía Pérez, de 16 anos, que foi drogada e empalada até a morte no dia 8 em Mar del Plata, ao sul de Buenos Aires. Três homens foram presos pelo crime.

Segundo a Corte Suprema de Justiça da Argentina, ocorreram 235 feminicídios em 2015, um crime a cada 36 horas. Em 2016, até agora, foram 170 assassinatos de mulheres no país, de acordo com a ONG Casa del Encuentro.

Com informações do Estadão

Assista ao vídeo abaixo em apoio aos protestos: