Desculpe, mas você é racista (só não sabe que é)

Texto escrito por Luísa Rodrigues e publicado originalmente no Superela

Vamos lá: hoje é dia 21 de março, mais conhecido como o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. Logo, o Superela gostaria de trazer à tona discussões sobre termos como o racismo e como ele está impregnado em nós. Afinal, somos um site que se esforça, a cada dia, para representar o maior número de mulheres possível. E isso significa respeitar a diversidade.

Sendo assim, hoje quero tratar de um assunto delicado, porém, real: me desculpe, mas você é racista e não sabe. E o motivo disso está no seu inconsciente, e eu vou te mostrar como.

Afinal, você é racista?

Infelizmente, sim. Você, eu, e praticamente todas as pessoas do mundo.

Por ser um assunto incrivelmente delicado, gostaria de dizer aqui, antes de tudo, que por mais que possa parecer, não estou acusando ninguém. Até porque eu me coloco nesse meio. Meu objetivo aqui é conscientizar nossas leitoras de que o racismo velado existe, e que é importante que nós o identifiquemos para que, a cada dia, nos tornemos mais tolerantes e menos reprodutoras de uma cultura tão injusta.

Mas vamos lá: o que é esse racismo velado, e por que somos racistas?

Existe um fenômeno social nomeado pela psicologia como ‘viés inconsciente’. Como não sou psicóloga, mas sim jornalista, vou tentar te explicar isso da melhor maneira possível.

O viés inconsciente é um tipo de associação automática baseada em esteriótipos sociais. É como se você fosse treinado culturalmente, desde criança, a programar seu cérebro de acordo com alguns contextos.

Para exemplificar melhor em que estou me baseando para dizer que você é racista, trago aqui alguns exemplos:

Pense nas seguintes situações: pedir para tocar o cabelo crespo de uma pessoa; atravessar a rua porque um negro de capuz estava vindo em sua direção; descrever uma pessoa e falar que ela tem ‘cara de bandido’; hiperssexualizar um homem negro dizendo que ele tem um pênis grande; elogiar uma mulher falando que ela é uma ‘negra linda’; associar o fato de uma pessoa ser oriental à inteligência; fazer piadas sobre orientais terem o pênis pequeno; e por aí vai.

Agora, quero que você identifique, sem sentir vergonha, quais dessas expressões você já usou: mercado negro; humor negro; ‘não sou tuas negas’; ‘a coisa tá preta’; ‘ela tem uma beleza diferente’; ‘inveja branca’.

Mas calma: isso não é, a priori, culpa sua

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