Alternativas verdes, hortas e jardins urbanos surgem nas grandes cidades

Por Anna Dietzsch do Arquitetura da Convivência

Todos nós sabemos que prédios e conurbações urbanas contribuem com grandes números na emissão de carbono e poluição dos nossos ambientes naturais. Sistemas de aquecimento e resfriamento artificiais consomem muita energia, grandes densidades de piso impermeável criam ilhas de calor, além de sobrecarregar os sistemas de drenagem, causando inundações. A própria indústria de construção é uma das maiores fontes de poluição global.

Tendo em vista os problemas ambientais e os prejuízos econômicos recorrentes às cidades modernas, vários governos locais ao redor do mundo criaram mecanismos de incentivo para medidas que amenizem tais tendências, tentando inverter o papel de edifícios e cidades, para que se tornem a solução do mundo contemporâneo, e não o seu maior problema. Em Nova York, a companhia Coned, que fornece eletricidade para toda a cidade, incentiva a instalação de tetos-verdes e já transformou três de seus prédios em verdadeiras chácaras urbanas. É sabido que esses jardins suspensos podem contribuir com até 70% da absorção das águas pluviais, evitando a sobrecarga do sistema de drenagem e grandes prejuízos materiais que podem ocorrer com as enchentes.

Os telhados verdes já são soluções em cidades como Londres e NY. Em São Paulo, algumas iniciativas começam a surgir.
Os telhados verdes já são soluções em cidades como Londres e NY. Em São Paulo, algumas iniciativas começam a surgir.

O uso de telhados-verdes é também uma maneira de driblar a falta de terrenos livres em centros urbanos congestionados e oferecem a oportunidade para o cultivo de hortas. A agricultura urbana, por sua vez, ajuda na economia de combustíveis e energia, oferecendo alimento fresco e saudável sem o uso de transporte e pesticidas. Em Londres, onde 80% das frutas e vegetais são importados, o governo está incentivando o cultivo de hortas, na esperanca de cortar custos com transporte, embalagem e importação. Seguem o exemplo de Havana, onde há anos em que até 100% dos vegetais consumidos nas cidades são produzidos em jardins urbanos.

Aqui em São Paulo temos também bons exemplos de grupos que começam a se preocupar com o assunto. A ONG Cidades sem Fome, organizada por Hans Temp, atua na periferia de São Paulo desde 2004. A Praça das Corujas, na Vila Beatriz, e a Praça dos Ciclistas, na Consolação, são dois exemplos de praças públicas na cidade onde a comunidade cultiva hortas públicas.

Por Redação