Aplicativos para salvar o mundo

O Brasil é o quarto país do mundo em número de smartphones. Com 70 milhões de aparelhos, apenas Estados Unidos, China e Japão têm mais usuários do que nós, segundo dados divulgados pela analista do NY Times Mary Meeker.

Os aplicativos foram selecionados dentre quase cem inscritos. Os finalistas foram apresentados e o ganhador foi revelado durante o evento New Cities Summit, que acontece no Parque do Ibirapuera. Na foto, Gustavo Maia, sócio-fundador do Colab, apresenta o app para a plateia.
Os aplicativos foram selecionados dentre quase cem inscritos. Os finalistas foram apresentados e o ganhador foi revelado durante o evento New Cities Summit, que acontece no Parque do Ibirapuera. Na foto, Gustavo Maia, sócio-fundador do Colab, apresenta o app para a plateia.

Mas que usos a população faz de seus celulares inteligentes? Além de redes sociais e jogos para passar o tempo, surgem diariamente aplicativos que se propõem a melhorar a vida das pessoas. Exemplos disso são os apps escolhidos como finalistas do App My City, concurso promovido pela New Cities Foundation, que realiza, neste começo de junho, o evento New Cities Summit em São Paulo.

Os três aplicativos finalistas têm como objetivo aproximar os cidadãos de suas cidades, criando uma forma de diálogo entre pode público e governo ou entre a própria sociedade civil. São plataformas que procuram soluções para os problemas cotidianos, como transporte ou falhas no atendimento dos serviços públicos.

Conheça um pouco mais sobre cada uma das simples ideias que podem mudar a sociedade.

Colab (Recife, Brasil) – O aplicativo vencedor do concurso tem uma proposta relativamente simples: conectar pessoas com um interesse em comum em sua cidade. Ele cria, então, redes sociais para incentivar um melhor exercício da cidadania.

A plataforma funciona baseada em um tripé de ações, chamadas de “Fiscalize”, “Proponha” e “Avalie”. Na primeira, a pessoa encontra um problema da cidade e faz um relato, colocando sua geolocalização e tirando uma foto. Na segunda, ela pode interagir com outros relatos, compartilhando-os, propondo alterações em seus textos ou endossando o pedido de mudança. E na terceira cabe ao cidadão avaliar algum tipo de serviço público.
A plataforma funciona baseada em um tripé de ações, chamadas de “Fiscalize”, “Proponha” e “Avalie”. Na primeira, a pessoa encontra um problema da cidade e faz um relato, colocando sua geolocalização e tirando uma foto. Na segunda, ela pode interagir com outros relatos, compartilhando-os, propondo alterações em seus textos ou endossando o pedido de mudança. E na terceira cabe ao cidadão avaliar algum tipo de serviço público.

“Cidades como Recife, São Paulo e Rio de Janeiro tem organizações governamentais grandes, confusas e estáticas”, comenta Gustavo Maia, sócio-fundador do Colab, “mas a população se movimenta sempre no sentido de uma maior participação política, o que cria um distanciamento entre as duas partes. Nossa intenção é criar um meio de diálogo, tornando essa relação interativa e amigável”, afirma.

Quem quiser o aplicativo pode usar o Facebook como login. Além da web, a rede social também pode ser acessada de dispositivos iOS e Android.

PublicStuff (Nova York, EUA) – O app finalista tem uma proposta semelhante ao brasileiro, mas procura estabelecer uma relação mais profunda entre os cidadãos e o poder público. A intenção é que a interação entre as duas partes construa uma cidade mais colaborativa, sustentável e prazerosa.

Além da interação via site ou aplicativo, o PublicStuff tem um projeto interessante de uso do twitter. Se alguém escreve uma frase da rede social com a hashtag #civicidea automaticamente s programadores colocam a ideia ou o relato dentro do aplicativo, onde ele será encaminhado para a organização governamental mais respectiva.
Além da interação via site ou aplicativo, o PublicStuff tem um projeto interessante de uso do twitter. Se alguém escreve uma frase da rede social com a hashtag #civicidea automaticamente s programadores colocam a ideia ou o relato dentro do aplicativo, onde ele será encaminhado para a organização governamental mais respectiva.

Ao constatar que um parque foi vandalizado, que uma rua está suja ou mesmo que uma árvore caiu, o cidadão reporta o ocorrido na rede e os órgãos governamentais responsáveis são imediatamente informados. Em poucos dias o problema está resolvido. As pessoas podem acompanhar o andamento das reformas ou conceitos, que ficam disponíveis no app, e ainda serem notificadas quando estiverem concluídas.

“93% da população de Nova York não tem interesse em interagir com o governo porque acha que isso não vai fazer diferença”, conta Lily Liu, co-fundadora do app. “Mas o que o Publicstuff tenta mostrar é que essa relação pode ser muito boa. Depois do furação Sandy, por exemplo, centenas de milhares de dólares foram poupados em fiscalização governamental com os relatos da população, que informava onde estavam as árvores caídas ou os bens públicos despedaçados”, explica.

O aplicativo funciona em 200 cidades dos EUA e começa a se estender para Reino Unido e Brasil. Pode ser usado como uma página da web comum, como aplicativo de facebook, ou ainda como app para smartphones, disponível para Android, IOS e Blackberry.

Um aspecto interessante do aplicativo é seu sistema de caronas compartilhadas. Os usuários dizem qual o trajeto que vão fazer e se estão oferecendo ou precisando de uma carona. Motorista e passageiro se localizam em um mapa interativo e combinam o ponto de encontro e a corrida.
Um aspecto interessante do aplicativo é seu sistema de caronas compartilhadas. Os usuários dizem qual o trajeto que vão fazer e se estão oferecendo ou precisando de uma carona. Motorista e passageiro se localizam em um mapa interativo e combinam o ponto de encontro e a corrida.

BuzzJourney (Kfar-Saba, Israel) – De forma diferente dos outros dois, o aplicativo israelense tem como objetivo um problema específico da vida nas megacidades, o transporte. o outro finalista do concurso reúne em mapas interativos todas as rotas, caminhos e horários possíveis, atualizados em tempo real, que uma pessoa pode fazer ao se deslocar pela cidade.

“As informações existem aos montes, mas não estão sempre acessíveis à população”, iz Lior Harsat, criador do app. “O que nós fizemos foi entrar em contato com organizações governamentais, companhias de transporte e vários outros tipos de grupos e pessoas para compilar todas essas informações em um local fácil”, conclui.

O app está disponível para download gratuito na Google Play, para Android e também na AppStore, para IOS.