Advogadas criam empresa para evitar discriminação homoafetiva no ambiente de trabalho

Em mundo que se renova, a população LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexo) aos poucos busca seu espaço na sociedade, ocupando cargos em empresas, lutando por reconhecimento e, sobretudo, seus direitos. Em São Paulo, uma Lei Estadual pune condutas homofóbicas em empresas, com penas que variam de multas até suspensão da licença de funcionamento, além de danos morais em processo cível.

São Paulo possui uma Lei Estadual que pune as condutas homofóbicas em empresas, co​m penas que variam de multas até suspensão da licença de funcionamento
Créditos: Christine Glade
São Paulo possui uma Lei Estadual que pune as condutas homofóbicas em empresas, co​m penas que variam de multas até suspensão da licença de funcionamento

Para evitar este tipo de constrangimento, há pouco mais de um ano, as advogadas Rosângela Novaes e Patrícia Gorisch, especializadas em direitos homoafetivos, criam a UP Humanização e Treinamento. “Trabalhamos com o público LGBT desde 2009, com o objetivo de oferecer esclarecimento sobre seus próprios direitos. Assim propomos a sociedade uma nova visão e entendimento em relação às mudanças que acontecem no Brasil e no mundo”, explica Rosânegla.

A cada 28 horas, um homossexual é assassinado no Brasil

Em um cenário marcado por manifestações preconceituosas de diferentes naturezas ( homofobia, transfobia e lesbofobia), o Brasil ainda vive à sombra da violência que atinge o público LGBTI.

Pesquisas recentes revelaram que a cada 28 horas, um homossexual é assassinado no país. “Enquanto alguns velhos preconceitos estão diminuindo, outros permanecem. Pessoas LGBTI sofrem com tratamento discriminatório no trabalho, em hospitais, clínicas, escolas, bares, hotéis, restaurantes etc. Hoje, a principal bandeira do movimento social é a luta contra a homofobia, lesbofobia e transfobia, entendida como medo e/ou ódio da homossexualidade ou das pessoas trans, geralmente expressos por xingamentos, bullyng, exclusão, preconceito, discriminação e atos de violência que podem chegar até a morte. Qualquer pessoa LGBT ou presumida como sendo LGBT, pode ser alvo da homofobia”.

Assim, a empresa busca a harmonia no ambiente de trabalho, por meio do esclarecimento e do suporte técnico, evitando constrangimentos e eventuais processos judiciais devido a algum ato de discriminação. O conceito, pioneiro no exercício de inclusão da população LGBTI, busca sobretudo um ambiente de trabalho e social harmônico –  que respeite o direito à liberdade e diversidade.