Dupla cria plataforma de permuta que troca produtos por serviços

O Clube de Permuta auxilia trocas multilaterais de produtos e serviços entre empresas e já movimentou mais de R$70 milhões em negociações

Sócio em uma companhia da área de tecnologia em Belo Horizonte, Leonardo Bortoletto recebia créditos como pagamento por alguns de seus serviços para realizar permutas com as empresas envolvidas. No entanto, nem sempre conseguia gastar todo o valor acumulado e passou a fazer repasses a amigos empresários mediante algum tipo de desconto ou parcelamento do pagamento.

Foi desta experiência que, em 2012, nasceu o Clube de Permuta, plataforma de relacionamento empresarial que já movimentou mais de R$70 milhões em negociações e conta com mais de 480 associados.“A ideia estava estruturada e eu já procurava membros para o Clube de Permuta. Convidei o Paulo Cesar Alkimim de Oliveira para se tornar associado, mas ele achou o negócio tão fantástico que decidiu se tornar sócio. Passamos a organizar encontros entre vários empresários da cidade para apresentar o projeto e começamos as atividades com 12 associados, que se tornaram o G12. Foram os primeiros, mas, em apenas um mês de trabalho, conseguimos fazer com que 35 companhias se associassem”, explica Bortoletto.

As trocas 

Entre as empresas associadas, estão construtoras, hotéis, restaurantes, bufês de festa, galerias de arte, advogados, contadores, arquitetos, academias, lojas de decoração, lojas de roupas, agências de viagem, entre outras e é justamente essa diversidade que viabiliza as negociações. “Já aconteceram trocas curiosas como produtos de supermercado por imóveis, pacotes de viagens por carro de luxo e até por avião”, conta Oliveira.

Em período de recessão econômica, essa modalidade ganha mais força no mercado, mas tende a crescer independentemente da situação. “Em 2012, o Brasil estava em um bom momento econômico e as empresas se permitiram fazer investimentos. A oportunidade de fazer aquisições por permuta possibilitou o empresário ter serviços ou produtos que desejava, mas não faria se dependesse exclusivamente da receita. Já em 2014, num cenário de crise no país, passou-se a reduzir despesas e utilizar as negociações deste tipo para não mexer no dinheiro de caixa da empresa”, exemplifica Bortoletto.

Com o bom andamento do negócio, em 2015, os sócios resolveram replicar o modelo pelo país, considerando alguns critérios de seleção para a escolha de franqueados. “Como é possível abrir apenas uma franquia por cidade, tomamos muito cuidado ao analisar o perfil dos interessados para garantir o bom andamento das negociações. No começo, as empresas aceitaram fazer parte pela confiança que tinham em nós. Isso mostra a importância de o investidor ser muito bem relacionado com empresários de diferentes segmentos da cidade”, explica Bortoletto.

Os sócios Leonardo Bortoletto e Paulo Cesar Alkimim de Oliveira
Créditos: Pedro Vilela / Agencia i7
Os sócios Leonardo Bortoletto e Paulo Cesar Alkimim de Oliveira

Usando esses critérios, há dois anos, a primeira unidade franqueada foi aberta no interior de São Paulo, em Piracicaba. Hoje, as cidades de Montes Claros (MG), Vitória (ES), Juiz de Fora (MG), Araxá (MG) e Brasília (DF) também contam com unidades do clube. A estimativa é chegar a 2018 presente em mais sete municípios.

Como funciona ?

O Clube de Permuta tem como foco trocas multilaterais de produtos e serviços entre as empresas associadas. Após passar por uma análise, a empresa –não são admitidas pessoas físicas- recebe um limite de crédito em ‘permutz’, a moeda virtual utilizada para as negociações dentro da plataforma. “Nessa modalidade de negociação, a empresa A pode vender feijão para a B e, com o crédito em permutz que receberá, poderá adquirir um automóvel da companhia C, que também é associada. Cada permutz equivale a um real”, explica Bortoletto.

Cada associado paga para o Clube de Permuta uma anuidade de R$2.250 e uma taxa de intermediação de 10% em dinheiro em cada compra. No caso das vendas, é gerado um crédito de 10% em ‘permutz’, para o Clube de Permuta.

Franquia

O valor de investimento para adquirir uma franquia é a partir de R$70 mil, mas isso varia de acordo com as cidades, que são classificadas em categorias de acordo com critérios como o PIB, número de habitantes e quantidade de CNPJ’s. O tempo de retorno do dinheiro investido varia de 16 a 22 meses.

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