Jornalista deixa profissão e abre confeitaria vegana

Confira a conversa que tivemos com Natália Prieto sobre o seu negócio, os desafios do empreendedorismo e dicas para quem quer repaginar a carreira

Há cinco anos, a jornalista Natália Prieto viveu uma frustração que mudou sua vida profissional. Em um amigo secreto de Páscoa na empresa que trabalhava, a jovem foi a única a não ganhar presente por uma razão, no mínimo , intrigante: a inexistência, à época, de um chocolate vegano (vertente que repudia o consumo de produto de origem animal).

Essa frustração foi o ponto de partida para Natália começar a testar e desenvolver receitas de doces veganos. Criou em 2014 A Vovó Vegana e começou a produzir os primeiros docinhos e quitutes em casa.

Após três anos desde a inauguração do negócio, Natália abrirá uma loja no Itaim Bibi, em São Paulo

Nova loja, futuros planos

Hoje, três anos depois, ela está ampliando a produção e na próxima quinta-feira, 3, abrirá uma nova cozinha, localizada no bairro paulistano do Itaim Bibi. Nesta nova fase da empresa, Natália pretende ampliar a área de atuação da confeitaria, triplicando a produção mensal dos produtos e atender pedidos para entrega no mesmo dia.

A empresa também oferece o serviço de delivery. Além disso, no local será possível fazer retiradas de encomendas, consultas para orçamentos e degustações de festas.

  • PS: E pra quem dúvida que doces veganos podem ser maravilhosos, eis algumas fotos (IMAGENS FORTES):

Consumo consciente e causa animal 

Como forma de disseminar o ideal vegano e despertar nas pessoas a importância do consumo consciente, parte do dinheiro das vendas é destinada para a ONG Olhar Animal – www.olharanimal.org – que realiza um trabalho informativo e legislativo na causa animal.

Confira a conversa que tivemos com Natália sobre o seu negócio, os desafios do empreendedorismo e dicas para quem quer repaginar a carreira: 

1 – Qual foi o maior desafio ao trocar de profissão e começar do zero?

O maior desafio foi aprender a fazer a gestão de um negócio. Antes, eu me dedicava exclusivamente às atividades que me delegavam, me atentava aos prazos para entrega dos serviços, respondia ao que me pediam. Hoje, preciso encarar o negócio como um todo. Tive que aprender gestão financeira, logística, precificação de produtos, entre outras coisas. Além, claro, de ter que me aprofundar muito mais em culinária, na funcionalidade de cada ingrediente.

2 – Com a popularização de produtos veganos, como está o mercado voltado para o público nos dias atuais e quais perspectivas para o futuro?

Acredito que as pessoas estão se conscientizando sobre o que consomem, a origem do alimento que chega no prato. O veganismo não é uma tendência ou estilo de vida ou uma onda passageira. Com esse despertar, as pessoas buscam por novos produtos e serviços que não são provenientes do sofrimento animal. E o mercado, com certeza, vai acompanhar essa demanda.

Meu principal objetivo com a confeitaria é mostrar que a culinária vegana pode ser extremamente saborosa e atrativa, e agradar aos mais exigentes paladares. Comer é um prazer e as pessoas precisam acabar com a ideia de que veganos são pessoas que se privam de comer coisas gostosas ou passam fome e vontade. Muitas pessoas se surpreendem com o sabor dos doces e, inclusive, algumas até preferem as opções veganas das sobremesas.

3 – Quais dicas  você daria para quem quer empreender?

Estude muito sobre sua área de atuação. Neste caso, por ser um considerado um mercado novo no Brasil, tive que pegar muitas inspirações e estudos de fora, e adaptar para nossa realidade. Mas o principal, acima de tudo, é ter coragem. Sair da zona de conforto afeta muitas áreas da sua vida, financeira e emocional. Esteja preparado para lidar com os riscos, erros e nunca se acomode com as vitórias. Você sempre pode fazer mais e melhor.