Bancos administram a troca de serviços

O Sushiman reclama de dor nas costas, gostaria de fazer sessões de acupuntura, mas está sem dinheiro.

Resolve seus problemas ao descobrir um acupunturista que adora sushi e também está com o orçamento apertado. Nada mais antigo do que esse tipo de troca, comum quando não existia dinheiro. Está prosperando um movimento que aposta que esse tipo de acerto está entre os negócios do futuro -segundo a revista “Time”, já é uma das dez mais importantes tendências.

A tendência a trocar ou alugar em vez de comprar foi batizada de consumo colaborativo. Isso tem feito cada vez mais gente ganhar ou economizar dinheiro. Em certos casos, muito dinheiro.

Estão se disseminando até bancos para administrar a troca de serviços, num complexo sistema de crédito e débito de tempo.

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A troca do sushi pelas agulhas de acupuntura foi possível por causa do TimeBank (Banco do Tempo), em Nova York. “Nossas trocas não param de crescer”, me diz Mashi Blech, que gerencia um sistema de compensação de créditos e débitos de permutas.

Exemplo: uma pessoa que ajudou a consertar um computador durante duas horas vai ao banco e requisita duas horas de um baby-sitter para cuidar de seu filho.”O efeito mais interessante é a revitalização da comunidade, afinal as pessoas, na maioria das vezes, têm de se encontrar”, conta Mashi.

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Para fugir do custo da intermediação de bancos, há programas que apresentam pela internet quem tem dinheiro para emprestar e quem precisa do empréstimo.

Conseguir descontos nas lojas é a conhecida pechincha, mas, agora, com a internet, chama-se compra coletiva e atrai centenas de milhões de pessoas.

A aposta no consumo colaborativo deve-se a três fatores: a crise econômica que afetou o Bolsa dos países desenvolvidos (agora as pessoas pensam mais antes de gastar), a disseminação da banda larga e o surgimento das redes sociais. Além disso, o tempero ecológico: consumir menos coisas novas seria forçar menos os recursos do planeta.

Daí coisas curiosas podem ocorrer: virando parte da internet, até mesmo empoeirados sebos e brechós ganham um toque de modernidade.

Igualmente, a camaradagem de vizinhança, tão antiga e perdida nos grandes centros urbanos, se revitaliza com projetos como o Banco do Tempo.

Leia coluna completa no jornal Folha de S.Paulo.