Vendedor aprende a consertar Iphone no YouTube e fatura R$ 1 mi

Hospital do iPhone virou franquia em 2017 e teve como motivação a falta de assistências técnicas especializadas em dispositivos da marca Apple.

Vendedor de carros em concessionárias desde a adolescência, André Reis começou a comercializar iPhones para complementar a renda em 2013. A tática era simples. Buscar aparelhos com pequenas avarias, ir até assistências técnicas que realizassem o reparo e vender o dispositivo com algum ágio. Nascia ali a ideia do Hospital do iPhone, que fechou 2016 com faturamento de mais de R$ 1 milhão.

“No começo, era algo que me trazia algo em torno de R$ 500 por mês. Era fácil vender os aparelhos. O grande problema era justamente buscar o reparo em assistências técnicas, que muitas vezes não respeitavam o cliente e também não resolviam o problema”, explica André.

Cansado com a forma que era tratado pelas assistências técnicas que frequentava, resolveu aprender a consertar os smartphones sozinhos e recorreu ao youtube
Créditos: Michelle Gallantti
Cansado com a forma que era tratado pelas assistências técnicas que frequentava, resolveu aprender a consertar os smartphones sozinhos e recorreu ao youtube

A dor de cabeça virou negócio em 2014. Demitido da concessionária na qual atuava, ele resolveu mudar radicalmente. “Decidi mergulhar de vez no mundo dos iPhones. Se o problema eram as assistências técnicas, ficava claro que eu precisava eliminar este intermediário”, lembra.

12 horas de aulas no YouTube 

Pesquisas no Youtube ocuparam o tempo ocioso de André desde a demissão. O ex-vendedor de carros passava cerca de 12 horas diárias buscando vídeos que ensinavam a arrumar smartphones e pouco a pouco criou seu próprio negócio.  

“O primeiro aparelho que tentei arrumar foi quase um trauma. Eu tremia para trocar a tela, mas pouco a pouco fui acostumando. Minha rotina era composta de basicamente duas tarefas: pesquisar na internet e ir até a Santa Efigênia observar os erros e acertos das assistências técnicas no centro de São Paulo”, explica.

A demanda pelos serviços cresceu assustadoramente quando ele passou a divulgar os consertos pela internet. “Era preciso um local físico para receber os clientes e busquei ajuda com meu irmão. O Fábio vendeu um carro seminovo e montamos juntos nosso primeiro box”, explica ele sobre o local, com pouco mais de 2m².

O sucesso foi instantâneo. Dedicado somente ao conserto de dispositivos da marca Apple e com uma identidade visual completamente distinta dos concorrentes, o pequeno negócio decolou e com pouco mais de um ano de vida já faturava algo próximo de R$ 50 mil por mês.

“Visualmente nos preocupamos muito em alinhar a expectativa do cliente com a empresa que vai realizar o reparo. A bancada de conserto precisava ficar exposta e não poderia ficar com aquele monte de carcaças e ferramentas jogadas. Usamos como modelo realmente um hospital. Nossa bancada é chamada de mesa de cirurgia”, diverte-se Fábio Reis.

Hoje, com uma equipe de seis pessoas, o Hospital do iPhone faturou mais de R$ 1 milhão em 2016. Em 2017, o negócio virou franquia. Duas unidades já foram comercializadas, uma na cidade de São Paulo e a outra em Santa Catarina, estão em fase final de instalação.