Restaurante árabe sacia por R$ 10

por André Barcinski, colunista da Folha de S.Paulo

Não tem erro: se você quiser saber se um restaurante do centro da cidade é bom para almoçar, veja as filas na porta. O pessoal dos escritórios e das lojas não costuma se enganar.

Por três anos, o Habib Ali funcionou na rua Vitória, servindo comida árabe muito boa e barata para uma multidão de trabalhadores do centro.

Mas o lugar ficou pequeno, as filas imensas, e a simpática família libanesa que comanda o lugar transferiu o restaurante para um espaço maior, na avenida Rio Branco.

Uma visita recente ao Habib Ali mostrou que a família deve pensar seriamente em mudar de novo: o restaurante continua lotado. Na hora do almoço, motoboys e engravatados fazem fila para comer ou para levar as delícias para viagem (o restaurante fica aberto até as 20h).

A verdade é que a comida do Habib Ali é especial. Gasta-se pouco e come-se muito bem ali. O quibe é sequinho, as esfihas – nas versões aberta e redonda, do tamanho de um disco de vinil – são deliciosas, e o “shawarma” é um dos melhores que já provei.

Os pratos tradicionais, como “baba ghanoush”, homus, tabule e quibe cru, são fresquíssimos. Assim como as sobremesas, especialmente a ótima “belewa”, recheada de nozes.

Vale visitar o lugar só para provar o pão assado no “saj”, forno de metal em forma de domo, de onde saem pães quentinhos e crocantes.

O “shawarma” é um dos poucos da cidade que você não termina de comer com os cotovelos molhados de óleo. Os recheios – carne, frango, cafta – vêm com um molho cítrico.

Uma refeição composta por um “shawarma” e um refrigerante, capaz de saciar a fome e a sede da maioria, não sai por mais de R$ 10. E o café árabe, servido sem açúcar, claro, é cortesia da casa.

O ponto fraco é a oferta de bebidas, que se limita a refrigerantes ou sucos de latinha. Quem não torce para o Santos pode estranhar os pratos com o escudo do time, outra marca registrada do local.

HABIB ALI

av. Rio Branco, 443, tel. 0/xx/11/3224-8868

Coluna originalmente publicada no site da Folha de S.Paulo. Leia