Viúva volta a estudar aos 52 anos, se forma em técnica em nutrição e hoje coordena 180 enfermeiras

Iracema de Biasi Garcia na campanha do lúpus
Iracema de Biasi Garcia na campanha do lúpus

Iracema de Biasi Garcia estava com 52 anos quando ficou viúva. “Para preencher o tempo”, conta, decidiu retomar os estudos, que ela interrompeu no ensino médio. Encarou o vestibulinho, foi bem e, seguindo os passos de uma amiga, matriculou-se em técnica em nutrição na ETEC (Escola Técnica Estadual de São Paulo) Professor Camargo Aranha.

Voltou à sala de aula “um pouco assustada”, mas diz que fez amizades com alunos de diferentes faixas etárias, “principalmente os jovens”. “Fiz tudo, trabalho em grupo, estágio, TCC [Trabalho de Conclusão de Curso]”, enumera. Formada, participou de um processo seletivo na Íntegra Medical, fazendo atendimento a pacientes com diabetes.

Dois anos depois, a experiência em orientar pessoas por telefone abriu as portas para ela ingressar na Global Care, que oferece assistência domiciliar a idosos com doenças crônicas, como artrite reumatoide, DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), esclerose múltipla e lúpus. “Nunca sofri preconceito nas seleções”, afirma.

Com três anos de experiência, sua filha, Luciana, convidou-a a fazer parte da sua equipe na AzimuteMed, empresa de saúde que desenvolve programas personalizados para pacientes para a indústria farmacêutica, operadoras de planos de saúde e corretoras.

Lá, passou a dar apoio no tratamento de pacientes com lúpus, “facilitando o acesso ao medicamento e a viabilização da infusão, contribuindo para a estabilidade da saúde”. Foi destacando-se e há cinco meses participou de um novo processo seletivo.

Ganhou. “A maturidade me ajudou. Tenho mais responsabilidade e mais consciência”, pontua. Há cinco meses e aos 64 anos, Iracema é responsável pela seleção e capacitação de 180 enfermeiras cooperadas em todo o Brasil, no Departamento de Treinamento e Qualidade.

O próximo desafio? “Entrar na universidade e fazer uma graduação em nutrição”, diz. E dá tempo? “Sim, trabalho seis horas por dia e não abro mão da qualidade de vida. Faço ginástica três vezes por semana e participo do coral na igreja.”

​”Trabalhar faz bem para a cabeça e para o físico. Percebo que evoluí, passei a saber mais das coisas, a conviver com diferentes pessoas. Preenchi completamente a minha vida.”

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