As princesas que seriam rejeitadas pela Disney

O projeto "Princesas Rejeitadas" dá histórias e ilustrações para princesas que provavelmente nunca teriam filmes feitos sobre elas

O número de reinterpretações das princesas da Disney que aparecem todos os dias mostra como o público aprova personagens femininas que quebrem o molde tradicional do famoso estúdio de animações. O escritor Jason Porath, um ex-funcionário da Dreamworks, foi nessa linha e decidiu criar suas próprias princesas.

Ele criou o “Rejected Princesses” (ou “Princesas Rejeitadas”, em português), um site que apresenta histórias e ilustrações detalhadas sobre algumas mulheres históricas e míticas que eram interessantes demais para acabar casando em carruagens encantadas. O objetivo é fazer um contraponto às heroínas animadas que não parecem ter muita iniciativa.

Sargento Mariya Oktyabrskaya, a primeira condutora de um tanque de guerra a ganhar o prêmio de Herói da União Soviética. Depois que seu marido oficial do exército Ilya foi morto em ação, Mariya vendeu todos os seus pertences para comprar um tanque. Em sua primeira ação, enganou os soldados alemães, matando cerca de trinta deles. Morreu atingida por um morteiro quando saiu de seu tanque para consertá-lo.

Lolita

Lolita, uma feiticeira de 12 anos inspirada em Vladimir Nabokov, com quem um homem adulto fica tão obcecado que chega a se casar com a mãe para estar perto dela – ele acabaria se tornando seu guardião legal.
Pasiphaë, rainha mitológica grega que supostamente deu à luz um Minotauro. Além disso, ela fez um feitiço para que, se seu marido dormisse com alguém além dela, ele iria ejacular serpentes, escorpiões e centopeias.
Wu Zetian, primeira e única imperadora da China, envenenou sua própria filha recém-nascida para incriminar a velha rainha e tirá-la do caminho. (Funcionou, e a velha rainha foi sumariamente executada.)
Beloved, do romance de mesmo nome de Toni Morrison. Beloved parece ser a filha morta do escravo liberto Sethe, que ele matou aos dois anos para vê-la livre da escravidão. Uma década mais tarde, alguém que parece ser ela aparece magicamente e deixa Sethe louco.

Sita

Sita, do Ramayana. Ravana sequestra a princesa Sita e Rama entra em uma sangrenta busca durante anos a fim de recuperá-la. Infelizmente, depois de encontrá-la, Rama envia Sita para o exílio, grávida de seus filhos, quando um rumor surge que ela teve relações com um demônio.

Penta

Penta, a irmã do rei, cortou as próprias mãos para evitar um casamento forçado. Em troca, o pretendente enfiou-a em um tronco e jogou-a no oceano. Ela sobreviveu e um feiticeiro Deu-lhe novas mãos.
Hatshepsut, sem dúvida a maior faraó da história, governou por vinte e dois anos. Para acalmar fofocas na corte, ela começou a vestir roupas masculinas, incluindo a barba falsa de faraó.

Corn Maiden

Corn Maiden, figura mitológica dos nativos americanos que supostamente acabou com a escassez de milho tirando espigas de dentro de seu corpo. As variações desta lenda sobre o que aconteceu a seguir são inúmeras, incluindo uma em que os aldeões a amarraram e a jogaram no rio.
Nzinga Mbande, rainha do século 17 do que hoje é Angola. Alguns rumores sobre ela incluem: depois de matar a família de seu irmão, comeu seus corações para absorver sua coragem; e manteve um harém de 60 homens fortes durante toda a sua vida.
Fredegunda era uma rainha consorte merovíngia do século 6 com uma propensão para matar pessoas. Ela quase matou a própria filha, inclusive, apenas para evitar perder o trono um dia.
Mai Bhago, uma santa-guerreira Sikh do século 18 e única sobrevivente da Batalha de Khidrana, vista aqui decapitando um cara.

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Porath explica que cada uma é baseada no máximo de referência visual da história real possível. “Eu tentei alcançar algo cultural e racialmente diversificado puxando a partir de história, ficção e mito”, disse em entrevista ao Fast Company. “Algumas são duronas, algumas sociopatas, e algumas simplesmente bizarras. Eu queria ver como o público iria reagir a cada uma.”

O projeto nasceu como uma brincadeira em que Porath e um amigo combatiam par ver quem criaria uma candidata menos adequada para o cargo de princesa da Disney. Hoje, o escritor considera que suas personagens ficaram tão reais que se encaixariam mais facilmente em thrillers independentes e violentos do que nas animações família tradicionais dos estúdios Disney.

Algumas das princesas rejeitadas podem ser conferidas na galeria acima. Suas histórias podem ser lidas na página do projeto.

Via Fast Company.